UMA REMODELAÇÃO É SINAL DE QUE ALGO VAI MAL NO GOVERNO |
---|
| |
O presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, considerou hoje que a exoneração do ministro da Saúde, Correia de Campos, "dá alívio e nova esperança no restabelecimento" do funcionamento do hospital local.
Em declarações à Lusa, o social-democrata Litério Marques disse lamentar a exoneração de Correia de Campos, considerando que "uma remodelação é sinal de que algo vai mal no governo", e afirmou que a luta de Anadia contra o encerramento da Urgência do Hospital José Luciano de Castro, no início do ano, "não foi pela mudança de lugares, mas de política" para a saúde.
"Não era essa a nossa luta, mas a luta pela mudança de política", comentou.
Litério Marques diz não desejar mal ao ex-ministro da Saúde, apesar de "não se ter portado bem com Anadia e com o seu presidente da Câmara".
"Esperamos que quem vier a ocupar o lugar seja uma pessoa de mais diálogo do que foi este[ministro]", disse o autarca, referindo ainda que, com a saída de Correia de Campos do Governo de José Sócrates, "criam-se novas expectativas para Anadia e para tantas outras localidades, que viram posta em causa a proximidade dos cuidados de saúde por teimosia deste ministro".
Para o presidente da Câmara de Anadia, que chegou a avançar com uma providência cautelar contra o fecho das urgências do hospital local, a demissão de Correia de Campos "não é uma vitória do povo de Anadia, mas é mais uma esperança para Anadia e para a região".
"Vitória só será quando for restabelecido o funcionamento do Hospital de Anadia, que só não funciona melhor porque a tutela não quis", sublinhou.
O autarca social-democrata envolveu-se na semana passada em polémica com o ex-ministro Correia de Campos, que acusou de o tentar "atemorizar" com um telefonema em que Correia de Campos o responsabilizou por "tudo o que aconteceu" no sábado anterior numa vigília contra o encerramento das urgências do hospital local, nomeadamente quando manifestantes mais agitados tentaram atingir uma ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Esta acusação foi rejeitada pelo gabinete do ministro Correia de Campos, que confirma ter realizado o telefonema durante a manifestação, apenas por uma questão de "preocupação" face a imagens da vigília.
O primeiro ministro solicitou hoje ao Presidente da República a exoneração dos ministros da Saúde, Correia de Campos, da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, e do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomás.
Para os substituir, disse à Lusa fonte oficial, José Sócrates indicou Ana Jorge para a Saúde, José António Pinto Ribeiro para a Cultura e Carlos Lobo para a secretaria de Esatdo dos Assuntos Fiscais.Diário de Aveiro |
|
|
|