OS PROFESSORES NÃO AGUENTAM MAIS |
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A contestação às políticas do Ministério da Educação congregou ontem cerca de três mil professores, que desceram a Avenida Dr. Lourenço Peixinho, em Aveiro, em protesto silencioso, trajando de escuro e de velas na mão.
Empunhando tarjas e cartazes, archotes e velas, a manifestação dos docentes, a segunda que se realiza em Aveiro no espaço de oito dias, confluiu depois para a Praça Joaquim de Melo Freitas, onde foram explicados os motivos do protesto.
"Nós, professores, queremos ser avaliados mas pretendemos que seja uma avaliação justa, transparente e exequível", declarou António Morais, o professor da EBI de Eixo que dinamizou o "luto" pelas condições na Educação que, há uma semana, trouxe à principal avenida da cidade a voz do descontentamento.
Na visão de António Morais, "a ministra reforma tanto que a Educação está em cacos e o que há de pé é graças à dedicação e empenho dos professores" e "estão a prejudicar gravemente os alunos porque o clima de perturbação crescente torna o acto pedagógico impraticável".
Para aquele docente, a ministra da Educação pode ter a confiança do primeiro-ministro para continuar no cargo mas já perdeu a confiança dos professores.
Luís Lobo, da Federação Nacional de Professores(FENPROF) acusou o Governo de ter "abandonado no discurso e na prática muitos dos objectivos que anunciou, nomeadamente o de que não iria fazer mais uma reforma educativa".
"Tem estado a fazer à sucapa, artigo a artigo e o que hoje acontece é que se atingiu o limite", disse, exemplificando com "uma avaliação que tem por objectivo impedir a progressão", a alteração do modelo de gestão para "colocar um pivot do Ministério nas escolas para controlar os professores" ou as mudanças no apoio educativo a alunos com necessidades especiais.
Para Luís Lobo, "os professores não aguentam mais" e por isso "está a crescer a contestação", sendo a elevada participação na manifestação de hoje "um sinal inequívoco de que estão disponíveis para continuar a lutar".
Salientou que a FENPROF está também empenhada em prosseguir a luta nas instâncias judiciais: "Ganhámos as aulas de substituição que vão ser pagas como trabalho extraordinário. É a primeira vitória ganha nos tribunais. As outras virão a seguir!". Diário de Aveiro |
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