ATELEMEDICINA ESBARRA NA AUSÊNCIA DE REGULAMENTAÇÃO

O director da Escola Superior de Saúde de Aveiro, Nelson Rocha, lamentou hoje as dificuldades criadas aos profissionais de saúde, por causa da falta de enquadramento legal, quando utilizam a telemedicina.

Falando à margem das IV Jornadas Técnicas de Imagiologia, organizadas por aquela escola da Universidade de Aveiro, Nelson Rocha salientou que a disseminação das práticas de telemedicina no Serviço Nacional de Saúde (SNS) esbarra na ausência de regulamentação.

"Temos hoje tecnologia disponível, robusta e fiável, havendo motivação dos profissionais de Saúde, que estão preparados para a utilizar, mas constata-se que quem envereda por esse caminho tem dificuldades", disse.

O professor deu como exemplo a teleconsulta, que deveria ser paga, mas devido à falta de regulamentação não pode ser debitada pelas unidades de saúde que a prestam.

O resultado, frisou, é que as unidades de saúde preferem afectar os recursos a meios mais tradicionais, para não terem de suportar os custos.

"Por exemplo, se o Hospital dos Covões, em Coimbra, prestar uma teleconsulta de Pediatria, quem é que a vai pagar?", questionou Nelson Rocha, concluindo que "é preciso incentivar a utilização das tecnologias hoje disponíveis e ultimar o seu enquadramento legal, criando condições para a sua generalização".

A disseminação de boas práticas, já utilizadas por centros de excelência, é um dos objectivos daquelas jornadas que decorrem, hoje e amanhã, na Reitoria da Universidade de Aveiro, abrangendo um vasto leque de temas, que vão do diagnóstico cardiovascular ao controlo da qualidade em radiologia.

"Trata-se de um espaço de diálogo e troca de experiências sobre soluções já testadas e acessíveis, umas mais inovadoras do que outras e de generalizar procedimentos e boas práticas, o que é especialmente importante para futuros profissionais", disse.
Diário de Aveiro



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