200 mil euros de prejuízo e cerca de 20 mil visitantes pagantes é o saldo da última edição da Feira Industrial Agrícola e Comercial da Bairrada (FIACOBA), revelou ao JB o líder da bancada do CDS/PP, Jorge Pato. O presidente da Câmara de Oliveira do Bairro, Mário João Oliveira, recusou comentar os números.

Jorge Pato, economista, resolveu passar a pente fino as contas finais da feira, justificando que teve que analisar a "contabilidade" uma vez que, "passado quatro meses, a Câmara ainda não tinha apresentado os números finais do evento".

O deputado explicou que "os custos ascenderam a cerca de 300 mil euros, sendo mais de dois terços desta verba gastos no luxuoso programa musical".

Em contrapartida, "a receita ascendeu a cerca de 100 mil euros, contribuindo o aluguer de expositores e a venda de aproximadamente 20 mil bilhetes", reforçou.

Este deputado recordou ainda que este executivo, em Dezembro de 2005, pagou uma factura de 12.500 euros relativa ao prejuízo da FIACOBA desse mesmo ano, a última organizada pelo executivo anterior (CDS/PP).

Falta de transparência. Relativamente à não divulgação das contas, em reunião de câmara, e tendo em conta que o evento foi realizado em Outubro do ano passado, Jorge Pato considerou o comportamento do executivo "absolutamente reprovável".

Já Leontina Novo, vereadora da oposição (CDS/PP), afirma que já tinha pedido as contas e que não lhe foram fornecidas. "Contrariamente ao que o vice-presidente da Câmara tinha prometido, os números não foram divulgados publicamente", acrescentou.

Leontina Novo recordou que, "quando fazia parte do anterior executivo, levava à reunião de Câmara o balanço da feira, independentemente de dar ou não prejuízo". "Fui criticada pelo executivo, quando afirmei que a feira iria dar cinco vezes mais prejuízo. Afinal deu muito mais".

A vereadora sublinhou ainda que o edil oliveirense, ao não comentar as contas, "denota falta de transparência e dá sinais de que algo não está bem".

Pedro Fontes da Costa

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Diário de Aveiro