A tão sentida crise que nos afecta tolda-nos a esperança e muitas vezes o discernimento necessário, até para pensar. Neste tempo de Natal precisamos, para além da paz, da concórdia e da alegria própria desta época, de meditar e visionar sinais que nos permitam encarar o nosso futuro colectivo com mais vigor e esperança.
A esperança é a última a morrer, lá diz o ditado popular. Portanto, devemos procurá-la nas notícias do dia-a-dia, nas conversas com os nossos amigos, no nosso trabalho, em sinais de esperança que nos animem e que ,confortando-nos, ajudem a mandar a crise para trás das costas e a seguir em frente.
Neste fim-de-semana, notei três assuntos que pessoalmente me marcaram, alegraram e por isso me ajudam a manter o passo rumo ao futuro.
No palco desportivo, a equipa de natação que apoio (galitos) teve um fim-de-semana fantástico. Todos os atletas fizeram marcas brilhantes que foram desde recordes nacionais absolutos, a regionais e do clube. Todos os meus amigos atletas melhoraram as suas marcas pessoais nuns campeonatos difíceis e duros. Olhando para o seu exemplo, vejo que todos são bons ou muito bons estudantes e conseguem conciliar os estudos com uma performance desportiva do mais alto nível.
No campo da religião li hoje uma notícia assinalando que na Igreja Católica surgem sinais positivos no campo das vocações sacerdotais. Não sei se a crise vocacional acabou mas, pelo menos, aliviou a pressão sobre os senhores bispos. Significa um sinal de esperança e de confiança no campo do espiritual nesta época em que o consumo e a vertigem do material nos atordoou, tentou e por fim traiu.
Na política regional conseguiu-se ultrapassar divergências, orgulhos vários e até manias e fundar a CIRA Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro - Baixo Vouga. A CIRA é uma aposta renovada no crescimento e no desenvolvimento do trabalho intermunicipal que os Municípios (da NUTIII do Baixo Vouga). Se bem que sucedânea da AMRia e da GAMA, esta é uma aposta muito importante para o futuro da nossa Região de Aveiro conjugando interesses de uma vasta comunidade e mostrando que pudemos trabalhar em conjunto.
António Granjeia*
*Directora