GASTRONOMIA, A CULTURA E A MÚSICA DE CABO VERDE EM DESTAQUE

A geminação com a autarquia de S.Lourenço dos Órgãos (Cabo Verde) marca a 6.ª edição da Feira da Vinha e do Vinho que decorre até domingo na zona do Vale Santo, em Anadia.

A inauguração do certame teve lugar no passado sábado e contou com a presença de Rui Moreira, director Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Após a visita aos stands por toda a comitiva, Litério Marques sublinharia que a presente edição regista mais actividade empresarial. Um evento que a autarquia deseja seja motivo de festa para a cidade, mas também uma oportunidade de promoção e divulgação para o sector vitivinícola do concelho.

Leis inadequadas. Mas, aproveitando a presença do responsável da DRAPC deixaria alguns recados ao Poder Central, sublinhando que o Governo tem de tomar consciência que a fileira da agricultura atravessa uma grave crise, não sendo excepção o sector vitivinícola. "Diga ao seu ministro que isto não está bem. Se fôssemos a avaliar o rendimento, per capita, dos agricultores, todos eles teriam direito ao Rendimento Mínimo ", diria, concluindo que num país onde só se fala de milhões, nada chega àqueles que precisam, nomeadamente aos agricultores.

O autarca lembrou ainda o polémico registo dos poços que (no caso de não serem registados) pode levar a uma multa de 25 mil euros.

"É preciso fazer leis adequadas à realidade do povo que somos e ao país real, que não é este", alertaria o edil anadiense.

Encontrar soluções. Em resposta aos vários recados deixados por Litério Marques, Rui Moreira defendeu a necessidade de encontrar, em cada momento, as respostas certas. "Estamos disponíveis para encontrar soluções e caminhos que nem sempre são fáceis", diria, admitindo ser preciso unir esforços para ultrapassar dificuldades. Rui Moreira exemplificaria com o facto de algumas das empresas presentes no certame terem sabido evoluir, adaptando-se num mercado cada vez mais competitivo e exigente.

"Só há novidades no mercado para quem está desatento", diria, reconhecendo que muitas empresas estão desatentas, sem saber bem o que querem. Contudo, deixaria algumas palavras de alento: "não podemos olhar para o futuro com um olhar derrotista, cruzando os braços", considerando vital que se unam esforços para vencer, nomeadamente no mercado internacional, onde a luta é cada vez mais aguerrida: "é preciso dar as mãos para construir um futuro melhor", reconheceria.

Quanto às leis e licenciamentos (nomeadamente de poços) explicaria tratar-se de regras comunitárias que são impostas ao país. "São leis que estão acima das leis nacionais e com as quais temos de viver".

De referir que esta é também uma semana dedicada à geminação com S.Lourenço dos Órgãos (Cabo Verde). Para além da gastronomia, marcou presença a música (mornas e coladeiras) desta ilha, com a presença da cantora Tchicau.

A feira termina no próximo dia 21, com mais uma edição das marchas populares.

Catarina Cerca
Diário de Aveiro



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