Artur Filipe reage às declarações do presidente do Beira-Mar sobre os dirigentes que penhoraram o clube e diz que vai colocar um processo em tribunal por difamação. O antigo presidente diz que não é admissível tentar acordos num dia e chamar mentirosos aos antigos dirigentes no dia seguinte numa referência ao discurso de Mário Costa, em Fátima, que, numa entrevista à Rádio Terra Nova, aludiu à vitória do poder económico sobre o poder político. “Aqui não há poderes económicos nem poderes políticos. Há capacidade para entrar num clube e fazer uma gestão convincente. Este senhor foi para o clube e, reconheço, sem capacidade absolutamente alguma. Lamento que ande a pedir favores para que intercedam junto de nós para que haja facilidade mas primeiro ofende e depois pede favores. Isso não pode ser”, acusa Artur Filipe.

Em declarações à Terra Nova, o ex-presidente lamentou o tom usado pelo actual presidente que poderá ter inviabilizado uma iniciativa do presidente da Liga, Fernando Gomes, que teria agendado para hoje um encontro de trabalho com as “diversas facções”. “Lamento que uma pessoa com responsabilidade na vida do clube e como gerente de uma agência bancária seja uma pessoa com falta de educação. Ninguém o ofendeu. Não entendo porque vem chamar-me aldrabão e mentiroso, sem razão. Continuamos a pagar dívidas do clube. Há penhoras desde o tempo de Mano Nunes e até hoje ainda não recebemos um tostão”, disse Artur Filipe lamentando estar a pagar por um cargo que deixou há quase 3 anos.

Lamentou, ainda, que tenha sido chumbada a lista de consenso proposta antes das listas para o principal credor assumir a liderança. Na altura essa presença de José Cachide não foi aceite e, para Artur Filipe, os actuais dirigentes estão a demonstrar não saber viver com as consequências. “Acho que seria nessa altura o melhor para o clube porque quem melhor para gerir que quem tem as penhoras? Não aceitaram porque não queriam ninguém da direcção de Artur Filipe e Mano Nunes. Agora que aguentem. Na altura deviam estar conscientes do que estavam a fazer. Seria gravíssimo não continuarem. Foram eleitos por 3 anos. Sabiam para onde iam como eu soube para onde ia”, adianta Artur Filipe na resposta a declarações de Mário Costa ao intervalo do jogo em Fátima para a Taça da Liga em que acusou os ex-dirigentes de mentirem aos sócios.

Esta troca de palavras poderá ir parar a tribunal e na sexta-feira os actuais dirigentes prometem fazer o balanço da actividade em Assembleia-Geral e podem mesmo apresentar a demissão.