A AM de Aveiro autorizou,ontem à noite, por larga maioria, a Câmara a restruturar o Plano de Saneamento Financeiro, aprovado em 2007 e assim satisfazer encargos de curto prazo antigos. Uma série de atrasos impediram o pagamento através do empréstimo de 58 milhões de euros contraído em Novembro 2008, de dívidas herdadas ainda dos mandatos do PS. Registaram-se apenas dois votos contra, ambos do PS. Os restantes PS, os dois do BE e o PCP abstiveram-se.

O montante totaliza 11,6 milhões de euros, dez milhões dos quais foram antecipados pelo município. Fica assim esgotado, o financiamento bancário obtido para reequilibrar as contas.

Pretexto para a oposição renovar as críticas à gestão da actual Câmara, como fez António Salavessa, da CDU. “Compromissos assumidos significa facturas que que hão-de chegar. De Janeiro até agora foram 65 milhões de compromissos assumidos. As receitas reais de Janeiro até agora foram 15,3 milhões. A diferença? É só fazer contas”, desafiava Salavessa.

Raul Martins, do PS, apontou outros números com a mesma intenção. “Numa Câmara que não acha que o desequilíbrio é estrutural e foi apenas conjuntural numa determinada ocasião, é legitimo que tenha um passivo de curto prazo de 36 milhões que correspondem quase às recitas.

O pagamento de dívidas demonstra para a bancada do PSD que a Câmara actual é parte da solução, como disse Manuel António Coimbra. “O problema foi criado anteriormente. Este Câmara está a fazer tudo, e bem, para que seja parte da solução”, disse MAC.

Pedro Ferreira, vereador das finanças, terminou a discussão garantindo dias melhores na tesouraria municipal, com tempo e muita poupança. “As contas têm vindo a demonstrar que não gastamos mais do que recebemos. As dívidas geram sempre dívida e é sempre difícil recuperar mas este plano é para 12 anos”.

A discussão à volta das contas municipais prossegue na próxima assembleia municipal que arranca esta quarta-feira em São Jacinto.