Senos da Fonseca considera que os Municípios da Região de Aveiro ainda têm por cumprir a valorização do papel histórico da laguna ao longo dos últimos séculos e que falta um grande espaço da ria. O autor da obra “Embarcações que Tiveram Berço na Laguna” diz que a historiografia lagunar permite concluir que as embarcações foram a “resposta das gentes na luta contra o meio”.

Entrevistado no programa “Conversas”, numa emissão que pode ser ouvida às 19h00, Senos da Fonseca lembra que a “região de cerca de dez séculos pode ser considerada nova” e que a construção naval é o verdadeiro “monumento” dessa evolução onde é possível “ler a nossa história”.

No Séc. XIV e Séc. XV , Aveiro era já o terceiro produtor de Caravelas Pescarezzas, barco da história dos descobrimentos. No séc. XV Aveiro enviava à Terra-Nova 150 embarcações para a pesca do Bacalhau (juntamente com Viana) fundando assim uma das primeiras colónias de pesca sedentária no Atlântico Norte.

As embarcações Lagunares nasceram sucessivamente depois desse período áureo. E cada uma para resolução de um fim especifico. Adianta, ainda, que parte das embarcações participaram na Diáspora que foi a ida litoral abaixo e fixação no Tejo. Dá como exemplo o Varino usado na margem sul do Tejo.

O livro está quase a esgotar e está prometida nova edição com o apoio da sociedade portuguesa de Geografia e da Marinha. Inclui um DVD com a recuperação dos planos de construção das embarcações em 2d e depois em 3D ,esta como sugestão museológica futura, de conservação de memória.

Depois de apresentações na Bertrand, no Clube de Vela da Costa Nova e em Pardelhas, promete novos debates públicos em torno do conteúdo, no Seixal, mas admite "tristeza" por não apresentar o livro num espaço público de Ílhavo. "Pedi duas vezes noutras ocasiões e não houve aceitação. Não peço terceira vez".