O deputado do PSD Paulo Cavaleiro, eleito pelo círculo de Aveiro, mostra-se preocupado com os “erros cometidos” no que toca às infra-estruturas criadas no âmbito da política para o alto rendimento desportivo. Numa audição ao secretário de Estado do Desporto, o parlamentar aveirense pediu o ponto de situação relativamente a essa matéria, abordando o caso de Anadia, que esta semana motivou queixas do autarca local.

“Os erros cometidos podem criar dificuldades a uma estratégia articulada, que pensamos não existir”, referiu Paulo Cavaleiro na Comissão de Educação, Ciência e Cultura.

O deputado social-democrata quis saber se existe algum documento que tenha suportado a política para o alto rendimento desportivo seguida pelo anterior governo e quais os “objectivos mensuráveis que dele conste”, condenando a falta de estratégia para o desenvolvimento do sector. Paulo Cavaleiro reiterou que Portugal deveria ter imitado o exemplo espanhol, “cujo caminho seguido há muitos anos está agora a dar os seus frutos”. Reportando-se ao caso português, referiu: “como havia dinheiro, houve obra e, em alguns casos, temos melhores infra-estruturas, mas não tem havido um caminho que toda a gente entenda”.

O deputado aveirense deu o exemplo de recentes queixas da Câmara Municipal da Anadia, em relação a um protocolo celebrado com o Estado, que não tem sido cumprido. O autarca local lembrara esta semana que o contrato com o Instituto do Desporto de Portugal, no valor de 100 mil euros anuais, nunca foi cumprido, dois anos após a inauguração do centro de alto rendimento.

Na resposta, o Secretário de Estado do Desporto diz ter ficado a saber que “nunca previamente fora definido o modelo de gestão ou o modelo de financiamento” dos centros de alto rendimento desportivo. “Temos boas infra-estruturas desportivas, mas, agora, a alguém competirá definir o modelo de gestão e a alguém competirá paga-las, o que não foi pensado antes”, revelou, a propósito, o governante.

Outro dos temas relacionados com o alto rendimento abordado pelo parlamentar foi o programa olímpico. Falta menos de um ano para “Londres 2012”, o que levou Paulo Cavaleiro a pedir o ponto da situação do programa e a perguntar se existe algum entrave na sua execução.