O PCP entregou, ontem, na Assembleia da República um projecto de resolução que recomenda ao Governo que “revogue de imediato a desactivação do serviço de passageiros da linha do Vouga” e que “elabore, ouvidos os municípios envolvidos, a um Plano de Requalificação e Modernização da Linha do Vale do Vouga”.

Hoje, em Águeda, realizou uma acção de contacto com a população, distribuindo um comunicado divulgando esta iniciativa em que recomenda a revogação imediata da desactivação do serviço de passageiros conforme consta do Plano Estratégico dos Transportes. Exige a requalificação e modernização desta Linha.

A Linha do Vouga, centenária, constitui para o PCP “factor de desenvolvimento, estratégico e de mobilidade sustentável da Região de Aveiro, nomeadamente entre dois dos principais pólos, Aveiro e Águeda”.

Esta Linha Vouga tem uma extensão de cerca de 97Km, onde se distinguem claramente dois ramais que passam por importantes aglomerados populacionais, como Aveiro/Águeda e Albergaria-a-Velha/Oliveira de Azeméis/ S. João da Madeira/ Santa Maria da Feira/Espinho.

Segundo o PCP, os valores dos fluxos na Linha do Vouga situavam-se, em 2009, na ordem dos 1.400 passageiros/dia, nos dois sentidos, entre Aveiro e Águeda. Ao longo da linha do Vouga circula também a linha 2 da MoveAveiro, transportando diariamente cerca de 1.000 passageiros a qual complementa a Linha do Vouga para a periferia no Concelho de Aveiro.

Na recomendação, o PCP alerta para o facto do único elemento quantitativo patente no Plano de Transportes, relativo ao custo utente por Quilómetro, referir-se a 2008, “dados anteriores ao trabalho desenvolvido pela REFER”. Depois dessa data já houve reforço de ligações de hora a hora, num total de 11 em cada sentido, no troço Aveiro/Sernada e o ajustamento dos horários às necessidades das populações e aos horários dos serviços com resultados positivos traduzidos num aumento em 30% do número de utilizadores habituais, o que em 2010 representou 610 mil passageiros.

Os Deputados Jorge Machado, Bernardino Soares, António Filipe, João Oliveira, Bruno Dias e João Ramos assinam um documento em que pedem a elaboração, “ouvidos os municípios envolvidos”, de “um Plano de Requalificação e Modernização da Linha do Vale do Vouga, até Maio de 2012, mantendo a sua concessão e exploração com carácter público”.