António Capucho admite que aceita a tese de atentado no acidente que vitimou Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa mas que este teria como alvo Amaro da Costa, a propósito de investigações que ele estava a conduzir sobre alegados desvios do Fundo de Defesa Militar do Ultramar. "A propósito do Fundo, Adelino Amaro da Costa explicou-me que eram milhões desbaratados", comentou António Capucho, citado em nota do PSD de Anadia, no rescaldo de uma conferência sobre Sá Carneiro. "Tinha bilhete na TAP e Adelino Amaro da Costa (Ministro da Defesa)” é que o convenceu a ir na fatídica avioneta para o Porto, que afinal os levou “para a morte”.
António Capucho não se cansou de afirmar que desde cedo percebeu que Sá Carneiro era um “homem invulgar”, que criava uma “empatia muito forte” com todos à sua volta, com um “elevado carisma”, sendo uma pessoa muito séria, honesta e competente. Segundo o orador, Sá Carneiro detinha uma personalidade e um carácter “muito fortes”, referindo que “os actuais dirigentes do PSD devem seguir o legado de Sá Carneiro”.
No período de debate, António Capucho foi solicitado para comentar o actual estado do país, dando a transparecer “algumas preocupações” com o Documento Verde da Reforma da Administração Local, que “não augura nada de excepcionalmente bom”. Comentou ainda o estado da Justiça, considerando que é a “grande nódoa do Estado português”, que desprestigia e dá uma péssima imagem do País.
Noutra perspectiva, o orador aproveitou para sublinhar o quadro de estabilidade política estabelecido entre PSD e CDS-PP, um objectivo conseguido hoje e defendido no passado por Sá Carneiro, “uma maioria, um governo e um presidente, não com fim em si mesmo, mas para melhorar a qualidade de vida do povo português.”
Notas de um encontro promovido pelo PSD de Anadia sob o tema “Sá Carneiro - o Homem e o Político” na véspera do 31.º aniversário da morte de Francisco Sá Carneiro. |