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07-12-2011

D. António Marcelino considera que política “exige gente mais amadurecida”.


D. António Marcelino diz que escreve hoje com mais à vontade sem pensar em agradar a quem quer que seja e que talvez por isso alguns ...

D. António Marcelino diz que escreve hoje com mais à vontade sem pensar em agradar a quem quer que seja e que talvez por isso alguns entendam os seus textos como mais críticos. Hoje não penso tanto se vou agradar ou desagradar. A minha vida está feita. Não procuro louros. Quando se está no efectivo é preciso ponderar questões porque o Bispo é uma pessoa conciliadora. Às vezes apetecia-me dizer algumas coisas e guardei-as. As pessoas sabem que nunca fui agressivo e não é com 81 anos que vou agradar. Digo o que digo com respeito”, explica o Bispo Emérito em declarações ao programa “Conversas”.

O Bispo Emérito de Aveiro salienta a importância de valorizar o sentido positivo dos acontecimentos mesmo que sejam negativos. E não deixa de dar um recado a quem governa. Considera que a maturidade devia ser um posto. “A política tem sido entregue a gente demasiadamente nova. Não conhece a experiência da vida. Pode ter conhecimentos da Universidade mas não experimentou. Acho que a política exige gente mais amadurecida, mais válida e vai integrando os novos nos caminhos destes. Penso no caso da justiça. Quando vemos um juiz com vinte e poucos anos a julgar casos complicados ficamos logo a tremer”.

D. António Marcelino salienta que o livro “Pedaços de vida que geram vida”, que será lançado na próxima segunda-feira, é resultado da reflexão e da memória que é preciso manter viva. Traços de uma vida que se cruzou com inúmeras vidas de cidadãos, também na região de Aveiro ao longo de 36 anos como Bispo. Diz que tudo começa na tradição familiar, em que pais e avós são elemento crucial na formação. “O meu avô lia livros de motores, executava plantas, fazia vinho, azeite e falava de cara aberta com o senhor lá da terra e o outro calava-se. A história mostra como as dificuldade de hoje não se comparam às de ontem. Estudei no seminário porque era a escola dos pobres”, revela D. António nesta entrevista de uma hora.

O lançamento do livro será no dia 12 de Dezembro, às 18 horas, na Biblioteca Municipal de Aveiro. Inclui vivências com pessoas em concelhos da região de Aveiro sem identificar nomes mas com histórias de vida que serão reconhecidas.


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