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28-01-2011

Anadia: Vendedores tremem de frio no mercado novo



 

É quase insuportável o frio que vendedores e clientes sentem no mercado novo de Anadia, em dias de Inverno.
No último sábado, com temperaturas a rondar oito graus e com vento gelado, JB foi saber o que sentem, o que passam e pensam os vendedores que, semanalmente, enfrentam o rigor do Inverno, neste local inaugurado em Setembro de 2008.
Pelas nove horas da manhã, o mercado estava fraco (de clientes) e as bancas estavam cheias de produtos à espera de compradores. O frio gélido, dizem-nos, afasta os anadienses do mercado.
Na verdade, quem por ali andava não dispensava agasalhos bem quentes, luvas, gorros, cachecóis que apenas ajudavam a suportar melhor o frio que se fazia sentir.
Situado numa zona mais alta, nas proximidades do Centro de Saúde, o novo mercado “sofre” de um mal que, em Junho último, levou à Câmara Municipal alguns vendedores descontentes com a situação. Ao autarca Litério Marques, deram conta de alguns problemas que teriam de ser resolvidos, nomeadamente a questão do frio e da chuva que, quando é tocada a vento, “invade” várias bancas mais expostas, impossibilitando os vendedores de estarem nas suas bancas, sem apanharem uma valente molha.
O mercado funciona no rés-do-chão de um novo equipamento que dispõe de lojas e de bancas específicas para a venda de flores, charcutaria e queijos, peixe, pão, pastelaria, produtos hortícolas e frutas. E são precisamente os vendedores dos produtos hortícolas, legumes e frutas que mais se queixam, por estarem mais expostos às intempéries.
Victor Duarte, do Troviscal, todas as semanas vende legumes e hortaliças em Anadia. A JB diz que custa muito suportar tanto frio. “Pago 570 euros/ano e este espaço não tem condições nenhumas. Lá em baixo, no mercado velho, estávamos bem melhor”, diz.
Também António Pereira referiu ao JB que os clientes fogem do frio e acabam por fazer as compras de legumes, hortaliças e frutas nas grandes superfícies ou supermercados, “embora saibam que as nossas são bem melhores”.
“Fogem do frio e não se querem sujeitar ao que aqui passamos”, acrescenta, dizendo que “assim perdemos negócio e deixamos de vender”. Situações que, em tempo de crise, agravam ainda mais o negócio destes pequenos agricultores locais, que produzem para vender nos mercados da região.
Rosa Félix é da Candieira e, tal como os colegas, passou do mercado velho para o novo em 2008. Foi completamente “embrulhada” em roupa quente e xailes que falou ao nosso jornal, lamentando as más condições do novo espaço. “Apesar de velho, lá em baixo era melhor. Não passávamos tanto frio, os clientes, por o mercado ser no centro da cidade, apareciam em maior número”.
Quase todos chegam, aos sábados, por volta das 6h da manhã. Seja Inverno ou Verão. António Graça, de Arinhos (Mealhada) tem uma banca com batatas, legumes e hortícolas e não se coíbe de dizer: “o presidente deveria passar aqui uma manhã e sentir, na pele, o que nós sentimos e sofremos”. Descontente com as condições que o novo equipamento oferece, diz que a solução passaria por vedar o recinto com painéis, por forma a quebrar o vento, o frio e a chuva, quando é tocada a vento. Da mesma opinião comunga Rosa Oliveira Santos de Malhapão Rico, Oliveira do Bairro e Matilde Brigeiro, de Fermentelos que, sem papas na língua, revela que no meio do recinto quando chove muito, lá caem pingos em cima das cabeças, quer dos clientes, quer dos vendedores. Na realidade, as infiltrações são bem visíveis e já não passam despercebidas.
A JB o autarca Litério Marques revelou que a Câmara está a ultimar um projecto (resguardo) que traga uma solução para o problema do frio e da corrente de ar. “Uma solução difícil de encontrar e de executar” sem mexer com a fachada do imóvel. Quanto às infiltrações diz que “essas são de mais fácil resolução”.
“A Câmara está empenhada e receptiva a encontrar soluções para essas questões, pois é nosso interesse que todos se sintam bem naquele espaço”, acrescentou.
Recorde-se que aquando da inauguração, a bandeira da Câmara é que este seria um mercado com modernas e funcionais instalações em dois edifícios distintos, dispondo também de um terrado em recinto aberto, bem como uma ampla zona de estacionamento.

Catarina Cerca


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