Rua dos Combatentes é o mais recente nome de uma das estradas da freguesia de Santo António de Vagos. Esta foi uma forma de homenagear todos os ex-combatentes da freguesia que combateram na guerra do Ultramar. A inauguração da Rua dos Combatentes foi enquadrada no 2.º Convívio de Ex-Combatentes do Ultramar, promovido por um grupo de pessoas da freguesia de Santo António de Vagos, no dia 17 de Julho, que juntou cerca de 90 pessoas – cerca de 40 ex-combatentes do concelho e região, acompanhados por familiares.
Jaime Simões, membro da comissão organizadora, frisaria, depois do descerramento da placa com o nome da nova rua, ser “um acto com grande significado”, para além de uma honra terem conseguido, “após vários anos de luta, concretizar este sonho”, agradecendo à Junta de Freguesia, em nome do seu presidente Fernando Julião, e à população.
Ainda em nome da comissão organizadora do 2.º convívio, o jurista e ex-combatente (oficial miliciano da Força Aérea, na disponibilidade), Manuel Augusto Domingues, referiu que aqueles encontros “são um contributo para melhor compreender o nosso passado recente, porque andámos lá, porque morreu tanta gente”. “Nós temos o dever de preservar a memória desse tempo, que não pode ser esquecido”, frisaria ainda, lembrando a sua ida para Angola “no dia 3 de Setembro de 1969, em rendição individual, substituir um colega de curso, Alferes Paixão, que morreu no Totó (vale do Loge), norte de Angola, ao fim de quatro meses de permanência”.
Mais de dez mil militares morreram e ficaram deficientes mais de vinte mil, destacaria ainda, lamentando que o Estado não tenha “a atenção justa pelos ex-combatentes, que lutaram em África e não só pela Portugalidade, pela dignidade da pessoa humana, pelo desenvolvimento, pela defesa e reconstrução”. “Há demasiados complexos e demagogias”, afirmaria Manuel Augusto Domingues, concluindo que “a praceta junto ao cemitério e as placas alusivas (junto ao cemitério e na nova rua) são um símbolo de respeito e gratidão que a Junta de Freguesia, representante da população de Santo António de Vagos, nutre pelos ex-combatentes”.
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