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17-10-2011

Miguel Fernandes renuncia ao cargo de vereador na Câmara PSD/CDS em Aveiro



O vereador Miguel Fernandes, eleito pelo CDS-PP na Câmara de Aveiro (PSD/CDS-PP) nas eleições de 2009, renunciou ao mandato na autarquia, três meses após o presidente da câmara lhe ter retirado os pelouros.

Em comunicado, o vereador justificou esta decisão como a “única solução possível para impedir a tentativa perversa e anti-democrática da instrumentalização política” da sua pessoa “para fins partidários e ilegítimos”.

A renúncia de Miguel Fernandes já foi formalizada por escrito ao executivo municipal liderado por Élio Maia (PSD/CDS-PP).

O vereador deverá ser substituído por Maria Teresa Rebocho Christo, educadora de infância, que ocupava o oitavo lugar na lista da coligação PSD/CDS-PP “Juntos por Aveiro”.

Miguel Fernandes e a vereadora Ana Vitória Neves (independente eleita na lista do PSD) ficaram sem pelouros em Julho passado, na sequência do chumbo do contrato de entrega da gestão do estádio do Euro 2004 ao Beira-Mar.

Os vereadores que também perderam a confiança política dos dois partidos afirmaram, na ocasião, que pretendiam exercer o mandato até ao fim, mantendo-se no executivo municipal com o estatuto de independentes.

Nos últimos tempos, ambos alertaram para alegadas ilegalidades relacionadas com a retirada de pelouros e a cessação do regime de permanência a tempo inteiro, mas as várias tentativas de discutir o problema nas reuniões do camarárias foram sendo sucessivamente adiadas.

Segundo Miguel Fernandes, a última tentativa foi feita na reunião de Câmara extraordinária, que decorreu na sexta-feira passada, mas este ponto voltou a ser adiado com o voto conjunto dos actuais membros da Câmara.

Para o vereador, esta conduta “expressa uma cumplicidade na perpetuação de um vício cometido pelo actual presidente da Câmara” e é reveladora da “total falta de respeito democrático” pelos seus direitos e interesses.

Contactada pela agência Lusa, a vereadora Ana Vitória Neves reafirmou a vontade de levar o mandato até ao fim, apesar da decisão agora tomada pelo seu colega.

A Lusa tentou obter mais esclarecimentos junto do presidente da Câmara de Aveiro mas até ao momento não obteve resposta.


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