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12-01-2012

“Não tenho vontade de trabalhar. Ganho 580 de rendimento social”



Três jovens começaram, na penúltima quinta-feira, a serem julgados na Comarca do Baixo Vouga – secretaria dos juízos de Oliveira do Bairro, pela coautoria de um furto, qualificado na forma tentada, de uma motorroçadora que se encontrava numa casa em Perrães. Um dos arguidos confessou a prática do crime, sublinhando a necessidade de abastecer a viatura em que seguiam naquela noite, uma vez que tinham ficado sem combustível. A motorroçadora foi entregue, na noite do furto, ao legítimo proprietário.

Confissão. José Manuel Cerqueira, de 23 anos, residente em Guimarães, a cumprir pena de prisão no Estabelecimento Prisional de Guimarães, assumiu por completo o furto, explicando que, “naquela local, ficámos sem gasolina e resolvi entrar na garagem de uma casa de onde furtei a motorroçadora para retirar a gasolina. Cá fora ficou o Ricardo e o Paulo (dono do carro) juntou-se a nós mais tarde”.
José Manuel, que no próximo dia 17 de janeiro, sai em liberdade, disse estar arrependido do ato, sublinhando que foi a toxicodependência que o obrigou a praticar o crime.
Confessou ainda que não tinha vontade de arranjar trabalho, uma vez que ganhava 580 euros de rendimento mínimo.

Cadastrado. Paulo Alexandre, de 37 anos, residente na Giesta, Oiã, a cumprir pena de prisão em Paços de Ferreira, por ter violado a liberdade condicional de uma condenação de 13 anos pelo crime de sequestro e roubo, garantiu “não ter nada a ver com o furto da máquina”.
“Naquela noite tinha ficado sem gasolina e por mera casualidade encontrei o Ricardo e o José. Pediram-me boleia, mas disse-lhes que não tinha gasolina. Fui, entretanto, a casa do meu primo e quando regressei já os dois tinham em seu poder a motorroçadora”. “Ao contrário do que é dito, não vínhamos os três no carro”, garantiu.
Paulo Alexandre, que ainda está acusado da prática de mais dois crimes de furto qualificado na forma tentada, em espaços temporais diferentes, confessou que apenas entrou numa outra casa, desarrumando a cama e que nada levou.

Culpa. Ricardo Martins, de 31 anos, natural de Águeda, mas, atualmente, a residir no Porto, justificou que naquela noite, ao contrário da versão de Paulo Alexandre, seguiam os três juntos, no entanto, “o Paulo, efetivamente, nada tem a ver com o furto da motorroçadora”.
Por esclarecer ficou o envolvimento do arguido Paulo no furto da motorroçadora, uma vez que os militares da GNR, ao contrário dos outros dois arguidos e do dono da máquina, garantiram que “os três indivíduos estavam juntos, na altura da detenção, e o Paulo acompanhou-nos quando fomos falar com o dono da casa assaltada”.
O Julgamento prossegue no dia 19 de janeiro.

Pedro Fontes da Costa
pedro@jb.pt


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