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26-01-2012

José Eduardo Matos, presidente da Câmara de Estarreja: “O concelho progrediu muito em dez anos”



Sete anos depois, o que ganhou Estarreja em ser cidade?
O sentido directo da elevação é sempre positivo. Quando se eleva, sobe-se. Há um sentido ascensional. O que aproveitamos, no fundo, foi a constatação que existe uma possibilidade de desenvolvimento que se promove. Há, sobretudo, um desafio. Para a sociedade não resulta em nada de imediato, mas traz esse sentimento colectivo, e tudo fica para nos fazermos. Nesta perspectiva, o que procuramos é traduzir essa ideia numa marca cultural de novos valores. O que procuramos é a revelação de novos valores e essa tem sido uma travessia que tem sido feita. O que estamos a fazer é tentar elevar os cidadãos de uma forma mais activa e mais enriquecedora. O simbolismo da elevação de Estarreja à categoria de cidade reside aqui.

A actual conjuntura económica alterou os planos que tinha para este seu último mandato?
Se era complicado quando cheguei aqui em 2002, agora complicou-se. Sempre houve um problema com o défice, mas os fundos europeus vieram iludir isso. Iludimos tanto que estamos como estamos. Mas percebemos logo que havia um problema que urgia resolver. E procuramos sempre ser muito regrados. Essa mais-valia, essa contenção e esse rigor permitiram-nos enfrentar melhor o momento actual. Nesta altura, temos que ser mais criteriosos e rigorosos, mas essa política não foi novidade para nós. O que mudou foram as questões estruturais. Por exemplo, não podemos continuar a fazer tantas obras como fazíamos, mas mesmo assim, conseguimos lançar um conjunto de obras muito alargado. No primeiro mandato, procuramos ser sempre muito regrados, mas conseguimos fazer mais do que os nossos antecessores em apenas oito anos, sinal da nossa veia realizadora e de muito trabalho. Hoje, estamos num patamar diferente, o que implicou um sentido muito criterioso. Na rede viária, por exemplo, que chegou a ser a maior verba inscrita em orçamento, houve uma opção estratégica deliberada de redução. Há aqui um ajuste que nos leva a pensar no lema que nos orienta há dez anos e que é o desenvolvimento sustentável. Mais que a construção, é saber como é que a mantemos depois de feita. Hoje, isso torna-se mais flagrante. Quem não se preparou para isto, vai sentir ainda mais dificuldades. Temos que nos ajustar e esse é o sentido do compromisso público.


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