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01-02-2012

Homem de confiança de Manuel Godinho quebrou silêncio no julgamento Face Oculta.


Alteração inesperada do rumo do julgamento do processo Face Oculta, em Aveiro. Namércio Cunha, um dos homens de confiança do ...

Alteração inesperada do rumo do julgamento do processo Face Oculta, em Aveiro. Namércio Cunha, um dos homens de confiança do empresário Manuel Godinho, quebrou o silêncio. Isto numa sessão em que a investigação da PJ aos negócios envolvendo a REN estiveram debaixo de fogo do advogado de defesa de José Penedos, ex-presidente da elétrica.

Namércio Cunha, ex-diretor-geral da O2, aceitou falar de tudo, desde logo, para garantir nunca se ter apercebido dos contornos alegadamente criminosos que o Ministério Público aponta. Ele que era, segundo disse, um quadro com funções técnicas, mas escutas comprometedoras revelam estar por dentro de algo mais, nomeadamente quando revela conhecimento antecipado de adjudicações de levantamento de sucatas.

Indícios fortes de corrupção, tráfico de influências e furtos onde também se movimentava enquanto um dos peões avançados dos negócios de sucata que envolveram figuras ligadas aos meios políticos e das empresas públicas, como Armando Vara, José Penedos ou o advogado Paulo Penedos.

A 17ª sessão foi preenchida quase totalmente por um ataque cerrado das defesas à investigação aos contratos de milhões da REN onde Manuel Godinho teria conseguido favorecimentos.

Rui Patrício, advogado do ex-presidente da elétrica, não se limitou a afastar o seu cliente das suspeitas de tratamento preferencial, mas, curiosamente, também do atos envolvendo o filho, Paulo Penedos, ao tempo advogado dos negócios de Manuel Godinho.

O inspetor da PJ Afonso Costa, que teve a seu cargo o dossiê da REN, foi acusado de tirar conclusões precipitadas na análise documental. “Relativamente ao meu constituinte sem dúvida. Ponho claramente em causa e lá dentro tenho dito com todas as letras”.

Para as defesas de arguidos da REN, à semelhança do que o ex-presidente da empresa José Penedos já tinha dito, são informações do andamento dos processos, que nada têm de mal, ou seja, não resultam de alegados favorecimentos patrimoniais, como alega a defesa.


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