A Câmara de Espinho aprovou o plano de requalificação que irá transformar o bairro piscatório num espaço “de qualidade e asseio urbanísticos” e sem “distinção negativa” face ao centro da cidade.
“Queremos um espaço digno, para gente digna que também merece qualidade e asseio urbanísticos”, afirma Pinto Moreira, presidente da autarquia, acrescentando: “Não queremos fomentar a negativa distinção que outros fizeram, nem queremos diferenciar os que vivem no bairro piscatório daqueles que vivem no centro. Todos são espinhenses”.
Para o autarca do PSD, a zona - com uma envolvente marcada pela praia, linha de caminho-de-ferro, ribeira de Silvalde e campo de golfe - “foi demasiado fustigada pela obra do enterramento da linha férrea e as pessoas perderam qualidade de vida”.
Com o projecto, a autarquia pretende “minimizar as assimetrias que existem no concelho e os estragos que outros causaram”, anunciando para o bairro um arranjo urbanístico que contará com espaços de lazer para “os mais novos e os menos novos”.
O plano para o bairro deverá também ajustar-se aos critérios actuais de mobilidade, correcção ambiental e gestão energética, procurando corrigir as “deficiências ao nível das infraestruturas, dos pavimentos e dos espaços públicos”.
Na prática, a requalificação da zona prevê a reestruturação dos arruamentos, a melhoria das acessibilidades, a renovação dos pavimentos, a plantação de árvores, a substituição da rede de iluminação pública e a instalação de novo mobiliário urbano.
A nível viário, é proposto para o perímetro exterior do bairro arruamentos com duas faixas de rodagem e dois sentidos de trânsito, enquanto o interior dessa área habitacional, marcada por vias perpendiculares ao mar, estará limitado a uma faixa de circulação. Duas das ruas serão mesmo fechadas ao trânsito, convertendo-se em espaços pedonais.
Quanto ao mobiliário, a Câmara tenciona instalar “uma série de elementos prefabricados em betão, nomeadamente estendais, bancos, mesas, guias e vedações, de forma a solucionarem alguns problemas específicos e a funcionarem ao mesmo tempo como elementos dinamizadores de utilização pela população local”.
O projecto de requalificação será agora sujeito ao respectivo plano de execução. Só depois de concluído é que a autarquia revelará o montante do investimento necessário para a sua concretização.
“Mais uma vez demonstramos que aquilo que prometemos cumprimos. Todos sabem que o bairro piscatório necessita há largos anos de uma intervenção de fundo para que as pessoas que ali residem e trabalham possam ter uma qualidade de vida ainda melhor. Não fazia sentido protelar mais esta intervenção”, finalizou Pinto Moreira.