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08-03-2012

Autarca de Arcos lamenta ” agonia do Hospital de Anadia”



Fernando Fernandes cumpre o terceiro mandato à frente dos destinos da freguesia de Arcos. A JB fala de um plano de atividades que gostaria de cumprir, mas também de algumas questões que o preocupam.

Qual o valor do orçamento para 2012?
O valor efetivo do nosso orçamento são cerca de 55 mil euros, ou seja, menos do que em anos anteriores e isso devido aos já famosos cortes financeiros.
Para este ano, tal como nos anos anteriores, o nosso objetivo é cumprir o plano de atividades aprovado pela Assembleia de Freguesia. Quanto a outras pretensões, claro que existem e algumas já não são novas como é o caso de encontrar uma solução para o trânsito caótico no acesso ao Colégio de Famalicão. Juntamente com o comando da GNR, fizemos um estudo para tentar minimizar o problema, mas para o colocar em prática é fundamental a colaboração da Câmara Municipal. Aliás, todas as pretensões mais ousadas só são possíveis se houver envolvimento do município.

Que melhoramentos espera fazer avançar?
A Junta vai continuar a adquirir e instalar nova toponímica na freguesia, assim como números de polícia. Depois, há um conjunto de trabalhos diários que nos ficam caros: manutenção e arranjo de caminhos e acessos, poda de árvores, reparação de valetas, aquisição de equipamento urbano (bancos e mesas espalhadas pela freguesia), substituição de tampas de sarjetas danificadas, substituição de espelhos e sinalização informativa danificada, reparação e manutenção de lavadouros, entre muitos outros.

Uma crítica que se ouve com frequência é o facto da freguesia não possuir qualquer parque infantil, digno desse nome. Não acha que seria uma mais-valia para as crianças da freguesia? Por que ainda não foi feito?
Em tempos, discutimos avançar com a construção de um parque infantil mas por razões várias entendemos não avançar com o projeto, apesar de termos orçamentos em nosso poder. Depois, a questão da localização onde irá ser instalado também pesou na nossa decisão.

Por Anadia continuam a vaguear muitos cães abandonados. O canil, tão reivindicado pelos populares, tarda a chegar. A Junta tem feito alguma pressão junto da Câmara em relação a esta obra?
De facto, a situação dos cães vadios é bastante melindrosa, mas também penso que a construção de um canil, só por si, não irá resolver o problema porque quem anda nisto sabe muito bem e, desculpem-me a frieza, o que acontece a um animal se não aparece ninguém para o adoptar? Por que não implementar um programa de esterilização? Existe uma associação que, melhor do que nós, também poderá falar sobre o assunto.

Comparativamente a outras freguesias, a de Arcos é “beneficiada” pela Câmara, por ser a freguesia da cidade? Há quem diga que a Câmara acaba por fazer obras na cidade que competiam à Junta. Que comentário faz?
Fico muito sensibilizado e profundamente comovido em saber da preocupação das pessoas em relação ao desenvolvimento na freguesia de Arcos. No entanto, e segundo reza o ditado popular, “não se deve meter a foice em seara alheia” e mais ainda quando não se conhece a seara. A freguesia de Arcos é composta por Anadia, Arcos, Alféloas, Canha, Malaposta e Vendas da Pedreira. Dizer que as suas populações são privilegiadas quando as grandes intervenções da Câmara Municipal praticamente acontecem no centro da sede do concelho é, no mínimo, ofensivo.

Qual a sua opinião sobre a fusão de freguesias? Justifique.
A Junta de Freguesia defende um reajustamento da administração territorial da freguesia porque, quanto a nós, existem algumas situações que não fazem sentido. Por exemplo, o complexo desportivo, o cineteatro e a nova escola secundária estão implantadas em zona territorial pertencente a outras freguesias, no entanto estão conotadas com a freguesia de Arcos.

Como vê o esvaziamento do Tribunal de Anadia?
O esvaziamento do Tribunal, a acontecer, será uma enorme perda para todos nós. Está em causa também a perda económica ou social que daí advém. É altura de unir esforços em que é preciso o envolvimento de todos para que isso não aconteça.

E a passagem da Consulta de Atendimento Complementar, do Hospital para o Centro de Saúde de Anadia?
A consulta aberta sempre pertenceu ao Centro de Saúde. Só está no Hospital de Anadia para tapar os olhos às pessoas. Lamento profundamente a agonia do Hospital Distrital de Anadia. Fizemos vinte e tal manifestações mas, mesmo assim, não conseguimos demover os interesses políticos da altura. O investimento que foi feito está para lá! É por estas e outras que o país se encontra na situação em que está.

Já agora, que comentário lhe merece a paragem das obras da futura Escola Básica e Secundária de Anadia?
Para mim e pelo que observei, era previsível que as coisas não corressem bem. Penso que existe gente muito bem colocada que melhor poderá falar sobre este assunto.

Quando é que a Junta passa para as novas instalações? Que melhorias para o executivo e população?
A mudança está prevista para assim que for possível. Estamos a criar condições para o fazer, mas penso que poderá ser concretizada durante este mês. As melhorias que poderão daí advir só o futuro o dirá, no entanto é um espaço com outra dimensão. Não posso deixar de agradecer à Câmara Municipal, não só este protocolo como outros celebrados com a Junta de Freguesia para rentabilização dos espaços existentes.

Catarina Cerca
catarina@jb.pt


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