Arranca hoje o julgamento do acidente entre duas embarcações ao largo de São Jacinto que vitimou três pessoas. Uma colisão em madrugada de nevoeiro em Setembro de 2009 com embarcações que asseguravam transporte a pescadores. No tribunal estão os mestres das lanchas de transporte.

27 de Setembro de 2009, fim de madrugada com nevoeiro cerrado, prenuncio de tragédia.

Ao nascer daquele dia, um domingo, a notícia do acidente, nunca visto em S. Jacinto, correu célere.

Duas lanchas usadas no transporte de pescadores lúdicos para os molhes da barra colidiram causando três vítimas que foram resgatadas das águas da ria já cadáveres.

Os dois mestres dos táxis-marítimos, na altura propriedade de empresas concorrentes, foram acusados de homicídio por negligência.

O Ministério Público atribuiu o violento acidente a condução “em desrespeito absoluto e grosseiro” das regras de navegação, nomeadamente excesso de velocidade e excesso de lotação.

O barco “Alquimia do Mar”, tripulado pelo arguido Manuel Silva (66 anos), navegava com dois passageiros de regresso a S. Jacinto, vindo do molhe Norte, através do canal principal.

O motor tinha o dobro da potência do que averbado no livrete. Da baía de S. Jacinto partia a embarcação “Vera e Cristiana”, com 12 pessoas, mais quatro do que a lotação, tendo ao leme o arguido Albino Cunha (49 anos).

O “Alquimia do Mar” regressava, com velocidade superior ao permitido, o que não permitiria manobras de emergência com nevoeiro cerrado.

O mestre não conseguiu evitar o embate, que terá ocorrido a 15,8 nós. A proa apanha o través de estibordo da “Vera e Cristiana” que voltou-se e ficou de quilha virada, projetando os passageiros para água. Os cadáveres foram encontrados sob a embarcação.

Morte, por afogamento de Manuel Sousa (65 anos, Alfena, Valongo), Sérgio Caldas (41 anos, S. João da Madeira) e Hélder Gaspar (12 anos, Gaia).