Em Aveiro começou hoje a selecção de cidadãos, tendo em vista formar o Tribunal de Júri para o julgamento do homem que reclamou a autoria de homicídios atribuídos ao suposto “estripador de Lisboa”. O recurso a jurados foi requerido pelo Ministério Público. José Guedes, de Matosinhos, confessou à jornalista Felícia Cabrita o homicídio de três prostitutas na capital e outras duas mulheres. Acabou detido em Novembro do ano passado pela morte de uma outra prostituta, de 20 anos, nos arredores de Aveiro, em Janeiro de 2000, o único crime que não prescreveu. Depois de ter sido preso, negou tudo e o filho, de quem terá partido a revelação, para entrar num concurso televisivo, revelou que inventou a história. Poliana Oliveira, advogada de defesa de José Guedes, não conseguiu evitar o julgamento, mas espera ter novas provas em Tribunal, incluindo testes de ADN, para chegar à absolvição. "O facto de ser um Tribunal de Júri escolhido pelo MP, na nossa opinião, é sinal de que o que temos vindo a afirmar, nos leva a referir que a acusação pública é muito frágil, daí terem recorrido a um Tribunal de Júri o que não é nada comum", sublinhando que "queremos que o julgamento comece o mais depressa possível para que se acabe com esta injustiça, temos alguns aspectos a acertar, vamos pedir exames periciais porque entendemos que embora não esteja em julgamento aqui, a situação de Lisboa, a acusação parte dessa tese, porque foi com base nas conversas que o senhor Guedes teve com a testemunha Felícia Cabrita, que assume a autoria de Lisboa, na nossa opinião, provando que ele é inocente em Lisboa, é um grande passo para que se prove a sua inocência em Aveiro, a prova assenta nessas conversas, não existem mais provas que o apontem como o autor dos crimes", disse. O inicio do julgamento do suposto “estripador de Lisboa” está marcado para Setembro. |