Em entrevista ao Diário de Aveiro, o presidente da Junta de Freguesia de Fermentelos alerta para a situação da Pateira. E deixa também críticas à ausência de um médico na freguesia

Qual a sua posição sobre o que deve ser o futuro mapa de freguesias no concelho de Águeda, no quadro de reorganização que se prepara?
Não tenho uma ideia muita definida sobre qual deveria ser o mapa das freguesias no concelho de Águeda. Isto porque, entendo que não me compete a mim pronunciar a esse respeito. Quem produziu a lei sobre a reorganização das freguesias é que terá que dizer porque a fez e o que pensa. Quando nos é dito que o concelho tem que reduzir de 20 para cinco ou seis freguesias, alguns critérios estiveram que estar por detrás disto, para chegar a esta conclusão. Ainda não nos foi explicado como as coisas vão funcionar depois da reorganização. É aqui que residem as grandes dúvidas e incertezas. Deveria ter existido muito mais informação sobre esta matéria, e não houve.

A população já foi ou vai ser ouvida sobre esta questão?
Temos agendada, para Setembro, uma assembleia de freguesia alargada para falarmos sobre isto, para saber o seu sentimento sobre o assunto. Penso que Fermentelos é uma freguesia diferente da maioria, que é a nossa situação geográfica, pois não somos sítio de passagem para ninguém, quem lá vai é para nos visitar. Como tal, não vislumbro uma agregação a outras freguesias, porque não seria funcional.

Em Fermentelos, o plano de actividades determinado pela Junta, tem sido cumprido?
Tem. Nós nunca prometemos muito, porque sabíamos que não tínhamos grandes meios para utilizar. Daquilo que prometemos, a maior parte das coisas temos feito. Em Fermentelos, como em todas as freguesias, aquilo que podemos fazer está relacionado com o apoio que a Câmara Municipal nos possa dar. As grandes obras têm que partir da Câmara, porque a Junta não tem orçamento capaz para isso. Na minha freguesia, confesso que esperava mais apoio da Câmara Municipal. É claro que a resposta da autarquia é sempre a mesma, dizendo que está a fazer muitas obras em Fermentelos, alegando com as obras na escola EB 2,3. Um investimento que a Câmara Municipal entende ser prioritário para a freguesia, embora eu não tenha esse entendimento. Acho que a obra deve ser feita, mas não é prioritária, porque a freguesia tinha escolas que estavam a funcionar – poderia não ser com as melhores condições – e há muitos outros investimentos e obras que, há muitos anos temos reivindicado e que, ano após ano, têm sido preteridas. Olhe, na Pateira, por exemplo, foram feitos os melhoramentos das margens em Espinhel e Óis, e a Câmara prometeu fazer também na margem de Fermentelos, mas até hoje nada foi feito, embora tivéssemos disponibilizado um terreno para a feitura de um parque temático. De resto, a praga dos jacintos está a voltar a invadir a Pateira, nas zonas baixas, onde a máquina da Câmara não pode entrar. As limpezas deviam ser feitas entre Maio e Julho, e nada foi feito. Estamos nós agora a tentar resolver alguns problemas.