Chapéus de chuva há muitos, mas os de Águeda estão nas bocas do mundo, comentando imagens que a Internet difundiu a alta velocidade. A iniciativa do município foi, para além da vertente artística, um golpe de marketing para promover a baixa da cidade, onde o comércio local depende de animação para atrair clientes.

Cerca de 1.100 chapéus de chuva dão, por estes dias, sombra e colorido à baixa da cidade de Águeda. A instalação artística criada no âmbito do festival AgitÁgueda ajudou a afastar as nuvens negras a pairar sobre o comércio tradicional que tem ali o seu núcleo histórico.

O efeito visual da inédita concentração de guarda-chuvas abertos por cima das cabeças dos transeuntes acabaram por atrair muitos curiosos nas últimas semanas. Os comerciantes locais também agradecem pelo movimento gerado. “Eu acho que é a novidade e a cidade precisava de um ar fresco, qualquer coisa diferente. Fomos prejudicados pelo facto da rua ter fechado ao trânsito mas os chapéus ajudam as pessoas a vir à rua”, adianta Mónica Elias, há 17 anos na casa das utilidades que funciona na Rua Luís de Camões.

A imaginação resultou numa ideia simples, barata e muito eficaz. As imagens das ruas dos chapéus de chuva de Águeda tiveram um efeito viral, sobretudo graças à Internet, gerando interesse e comentários de todo o mundo.

Na Inglaterra, apareceu um artigo no diário de distribuição gratuita METRO que tem uma tiragem diária de 1,3 milhões de exemplares. Nunca antes Águeda e a baixa da cidade em particular foram tão fotografadas e filmadas por quem ali vive ou está de visita, refere a Câmara local que nos últimos dias repôs alguns exemplares levados pelo vento ou por quem pretendia ficar com uma recordação para dias de invernia.

Depois da Festa do Leitão, os chapéus de chuva serão removidos. O município promete no próximo ano "surpreender" e abranger mais ruas da cidade mas as fasquia está alta.