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03-09-2012

Entrevista a Bruno Julião, presidente do PS/Vagos: PSD deixou Vagos “na cauda do distrito”



O PS/Vagos esteve bastante tempo inactivo. Quais as consequências para o partido dessa inactividade?
O PS desempenhou bem as funções que os eleitores lhe têm vindo a atribuir nas eleições. Mas, de facto, peço eleições internas há vários anos para nos organizarmos e a demora contribuiu para que o trabalho que agora temos pela frente se tornasse, progressivamente, mais difícil. Por isso, hoje temos de fazer um trabalho sério e mostrar mais abertura, desenvolvendo consultas alargadas antes de tomar qualquer posição, como fizemos recentemente quando reunimos com elementos das juntas e assembleias de freguesia do concelho, uma a uma, e conversámos com vários cidadãos sobre a reorganização do território.

Porque decidiu candidatar-se?
Pela razão que evidenciou na sua pergunta inicial e porque integro um grupo de pessoas livres que se disponibilizou para pensar Vagos. Sou de Vagos desde que nasci há 32 anos, já trabalhei com todas as câmaras do distrito e fiz trabalho político um pouco por todo o país e também na Europa, e isso permite-me afirmar, numa análise comparativa, desde logo com concelhos vizinhos, que há um progresso muito insignificante no nosso território concelhio, o que também decorre de termos o mesmo círculo restrito de autarcas que se repetem no poder. Neste contexto, entendi que procurar contribuir com soluções para melhorar este panorama é um desafio aliciante no domínio da intervenção cívica em prol da minha terra.

Quais os principais objectivos para o mandato?
Gostávamos de contribuir para que os cidadãos do concelho fossem mais exigentes com os autarcas e aderissem ao projecto do PS para promover a mudança. O concelho não evolui com a perpetuação de um regime de partido único. Nenhum território evolui sem alternância no poder - não há sítio no mundo que prove o contrário. Independentemente de eleições, vamos cooperar com os órgãos municipais e ser parceiros das forças vivas. Já temos um Gabinete de Estudos que nos ajuda a apresentar propostas para o concelho. E temo-lo feito: já propusemos a criação de um grupo de estudo com todos os partidos para debater a lei sobre a reorganização do território, propusemos que se potenciem as parcerias intermunicipais e o uso da ria, insistimos na necessidade da criação de um Conselho Municipal da Juventude ou da adopção de orçamentos participativos, pois os dinheiros públicos precisam de uma gestão transparente que envolva as pessoas e as instituições. O mandato também inclui o processo das eleições autárquicas, através do qual teremos de proporcionar aos vaguenses uma alternativa ao PSD.


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