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06-09-2012

Pai de juíza vai hoje a julgamento



Tem início hoje, no Tribunal Judicial da Comarca de Anadia, o julgamento de António Ferreira da Silva, acusado de matar o genro a tiro, no dia 5 de Fevereiro do ano passado, no seguimento de uma disputa familiar. Arguido está acusado de homicídio qualificado e defesa esgrime argumentos em favor do constituinte.
O caso remonta a 5 de Fevereiro de 2011, dia em que a vítima – Cláudio Humberto do Rio Mendes, advogado de 35 anos (na época) – tinha ido encontrar-se com a filha, de quatro anos, conforme estipulado no decorrer do processo de regulação do poder paternal, no parque infantil da Mamarrosa, em Oliveira do Bairro. Após vários momentos de discussão – que compete agora ao tribunal conferir a sua veracidade e relevância para o desfecho – António Ferreira da Silva, sogro da vítima, terá disparado três tiros ao advogado, que caiu inanimado no chão.
A vítima ainda terá andado uns metros em direcção oposta ao agora arguido, que tinha a neta ao colo, e terá sucumbido aos tiros. Ao crime assistiram a menina, a sua mãe, juíza, a avó da criança, uma tia-avó, a actual companheira de Cláudio, grávida de seis meses na altura, e uma sobrinha do falecido, que terá filmado o encontro.
O engenheiro agrónomo, de 65 anos, que terá confessado o crime, responde pelos crimes de homicídio qualificado e por posse de arma proibida. A defesa do arguido alegou, no primeiro interrogatório judicial, que este agiu em legítima defesa, pensando que a neta estaria em perigo nas mãos do pai.
Há já algum tempo que ameaças e discussões entre o homicida e a vítima eram constantes, devido a disputas pelo poder paternal.
Depois do homicídio, o sexagenário abandonou o local, na companhia dos familiares que o acompanhavam no momento da visita, e entregou-se às autoridades.

Historial de violência
Tido como “um homem bom”, “de virtude”, António Ferreira da Silva terá, acreditam os amigos do arguido, chegado ao limite da paciência ou reagido por medo de que alguma coisa acontecesse à família.
Segundo avançaram, na época, ao Diário de Aveiro, mantendo, contudo, o anonimato, havia um historial de violência e agressões por parte da vítima que conduziram a um estado de alerta e medo por parte da família do alegado homicida.
Fonte do Diário de Aveiro confirmou a existência de processos-crime em tribunal sobre violência doméstica, atentada contra a ex-companheira e filha de ambos, bem como de injúrias, dano qualificado e ofensa à integridade física.


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