Já quase se pode considerar uma tradição: a cada nova edição da Agrovouga, os agricultores da região manifestam-se contra a crise no sector. Este ano não será diferente. A Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA) espera a adesão de “centenas” de pessoas à marcha de sexta-feira (11 horas, a partir da estação), data de abertura da mostra do mundo agrícola promovida pela empresa municipal AveiroExpo, com o “alto patrocínio” do Ministério da Agricultura.
As explorações agrícolas familiares são “o sector de actividade com maior número de falências”. “O aumento consecutivo do preço dos combustíveis, rações, sementes ou electricidade não é acompanhado pelo aumento do preço dos produtos pagos à produção”, avisou ontem Albino Silva, da ALDA, em conferência de imprensa. No caso do leite, vinho, fruta ou carne, as transacções chegam a ser feitas abaixo do preço de custo, acrescentou. O resultado desta “crise profunda” é o “abandono” da produção agrícola e a “desertificação do mundo rural”.
“Quando entrámos na CEE, havia mais de 80 mil produções. Hoje há cerca de cinco mil”, advertiu Baltasar Almeida, da Federação Nacional de Baldios.