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20-09-2012

O engenheiro que matou com a neta ao colo



António Ferreira da Silva, engenheiro técnico agrário, natural de S. Lourenço do Bairro, nascido em 1947, está em casa, há mais de um ano e meio, com pulseira eletrónica.
A família da vítima tem tentado a alteração da medida de coação, mas sem sucesso. A última vitória de Ferreira da Silva data de há 15 dias. Agora, o arguido, que está a ser julgado pela prática de um crime de homicídio qualificado, tem direito, todos os dias, durante duas horas, uma de manhã e outra no período da tarde, a apanhar ar puro e um pouco de sol.
Ferreira da Silva tem sido transportado debaixo de fortes medidas de segurança, pelo que foi requisitado o Pelotão de Intervenção Rápida da GNR que, nos próximos tempos, fará a segurança de Ferreira da Silva. Ao todo são dez militares que estão mobilizados para comparecerem no Tribunal de Anadia.
O arguido é escoltado desde a sua casa até à entrada, pelas traseiras, do Tribunal de Anadia.
Ferreira da Silva assume-se como um conhecedor na área da formação militar, tendo ensinado e comandado uma companhia militar em Moçambique. Uma testemunha que, entretanto, morreu terá dito – segundo a mãe da vítima – que o arguido possuía, em casa, um verdadeiro arsenal, do qual fazia parte a arma que foi utilizada no dia do crime. Uma arma que estava licenciada, mas apenas podia permanecer na residência do proprietário.
De acordo com Ferreira da Silva, a arma estava carregada com seis munições, compradas há cerca de 30 anos e, por isso, com menor eficácia. “Se tivesse mil balas, eram mil que disparava”, acentuou Ferreira da Silva, com o propósito de vincar o alegado descontrolo.
O arguido explicou ainda no Tribunal que tentou procurar uma explicação para o facto de Claúdio não ter “tombado” de imediato. “As balas eram antigas, foi o que o armeiro me disse.”

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