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11-10-2012

Não há “varinha mágica” para combater a violência doméstica



A prevenção e o envolvimento da sociedade, ao nível das relações de vizinhança e de proximidade, continuam a ser “chaves” indispensáveis para se ganhar a guerra contra a violência doméstica. Esta foi uma das conclusões da mesa-redonda “Intervir na Violência Doméstica”, que o Espaço Trevo – “ferramenta” do projecto Direitos & Desafios – promoveu ontem, no Museu-Convento dos Lóios, em Santa Maria da Feira.
“Que as pessoas tenham a consciência de que serão mais felizes não sendo violentas”, enfatizou o professor Pinto da Costa. O especialista em medicina legal avisou que as escolas devem ser terreno fértil para o debate, assim como para a formação.
Tomando como “universo” quatro pares de namorados, referenciados no ensino secundário por violência no namoro, “num deles a violência é por imitação”, sublinhou, vincando a necessidade de se cortar o mal pela raiz.
A mesa-redonda contou com representantes da PSP, da GNR, da Polícia Judiciária, do Ministério Público, da Comissão para a Igualdade de Género (CIG) e de entidades que trabalham com vítimas e agressores. Um dos temas a suscitar debate entre o painel foi a incapacidade do sistema levar a tribunal muitos casos de violência doméstica, devido ao recuo da alegada vítima e/ou à falta de testemunhas.
Pinto da Costa foi dos que vincou que os casos de violência doméstica são muito mais do que os que são referenciados. “Não podemos inventar indícios”, salientou Andreia Barbedo, procuradora do Ministério Público de Santa Maria da Feira, que respondia a uma observação de Teresa Carvalho, da CIG, que disse recear uma culpabilização das vítimas.


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