Humberto Rocha deixou a Câmara Municipal de Ílhavo há 15 anos, no final de um mandato autárquico, com um milhão de euros em caixa e diz em entrevista à Terra Nova, que o tempo veio a dar razão ao seu modelo de gestão, "assente na prudência e no pagamento atempado aos fornecedores".

O antigo autarca, ouvido no programa “Conversas”, diz que entende a opção por outros modelos de gestão mais arrojados mas considera que hoje seria considerado um “autarca modelo”.

"Era um autarca modelo porque sempre paguei as contas a tempo e horas, de tal maneira que conseguíamos preços e orçamentos menores do que qualquer outra autarquia porque pagávamos a horas, o dinheiro que estava em caixa era para pagar as 35 obras que mensal ou trimestralmente tínhamos de pagar, tínhamos sempre dinheiro em caixa para pagar, as opções que Ribau Esteves tomou eu não as tomaria, mas terá tido legitimidade para decidir como decidiu", disse.

"Quando malharam em mim fizeram-no porque a minha gestão era boa, quem faz é criticado, não ficámos na autarquia a dever nada a ninguém, se bateram em mim é porque eu tinha um padrão de gestão muito bom, fiz muitas obras com pouco dinheiro", referiu.

Humberto Rocha aproveitou para falar das críticas que ouviu nos anos após a saída da autarquia. Lamenta que pessoas no PS tivessem revelado ingratidão e diz que está na hora de encontrar pessoas com carisma para tentar vencer eleições. "Pessoas ingratas existem em todo o lado", sobre o PS de José Vaz referiu que está em "licença sabática", "sou observador e digo que até agora não apareceu ninguém com carisma suficiente no PS para vencer eleições, mas, ainda falta algum tempo e espero que o Partido ainda vá a tempo de descobrir alguém com carisma, tem é de começar a trabalhar a sério, não pode optar por pessoas que queiram elevar de repente, tem de ser pessoas com carisma", sublinhando que "neste momento o PS não tem nenhuma pessoa com carisma para ganhar eleições locais".

A entrevista ao programa "Conversas" pode ser ouvida hoje na Terra Nova às 19h00.