Um grupo de automobilistas que, em 2007, terão sido protagonistas dos chamados “picanços” na Auto-estrada do Norte, começa, hoje, a ser julgado no Tribunal de Estarreja. São acusados dos crimes de condução perigosa (dois deles em autoria moral).
As competições ilegais ocorriam, geralmente, nas madrugadas de segunda-feira, entre os nós de Albergaria-a-Velha e Estarreja. Perante o entusiasmo do público, que se posicionava por detrás dos railes de protecção e, por vezes, na berma da A1, os arguidos - hoje, com idades compreendidas entre os 24 e 39 anos - ofereciam autênticos espectáculos, demonstrando a sua destreza ao volante.
O julgamento deveria ter-se iniciado em Maio passado, mas como a advogada de um dos suspeitos fora mãe recentemente (pretendendo beneficiar do direito à maternidade por um período de, pelo menos, três meses) e o colectivo de juízes tinha diligências agendadas até meados de Outubro, foi designado o dia de hoje para a primeira sessão.
Para hoje, está prevista a audição dos arguidos - se desejarem prestar declarações - e de dez das 36 testemunhas ligadas ao processo.

Tramados por ultrapassarem carro da GNR
O fenómeno organizado foi descoberto em Março de 2007, supondo-se, no entanto, que as corridas ilegais ocorressem desde 2005. Terá sido nesse mês que uma patrulha da GNR estranhou a anormal concentração de veículos designados “tunning”, tanto nas estacões de serviço como junto às portagens.
Em plena auto-estrada, o carro dos militares acabaria por seu ultrapassado por dois veículos, supostamente, ilegalmente modificados na sua potência e binários, que, segundo a acusação do Ministério Público (MP), circulavam a uma velocidade superior a 200 km/h.