Um grupo de cerca de dez cidadãos romenos voltou a ocupar, nos últimos dias, a zona da antiga fábrica Luzostela, situada na freguesia de Esgueira, junto à estação da CP. A situação está a indignar quem vive na vizinhança, até porque o historial em torno daquele espaço não deixa boas memórias – importa lembrar que, antes de serem demolidas as ruínas da fábrica, o imóvel era usado para actos marginais. “Aquilo parece um campo de refugiados”, relatou uma moradora daquela zona, que se mostra incrédula com a falta de actuação por parte das autoridades competentes.
O Diário de Aveiro esteve ontem no local e constatou que foram montadas seis barracas, que dão guarida a cerca de dez cidadãos romenos. Alguns deles já seriam ocupantes da antiga Luzostela antes do imóvel ser demolido. “Estivemos depois numa outra casa, mas o proprietário mandou-nos embora”, referiu um dos cidadãos. “E voltámos para aqui porque não temos para onde ir. A assistência social nunca nos ajudou a encontrar uma casa”, lamentou.
A Câmara Municipal de Aveiro já tem conhecimento do caso, mas segundo fez saber, através do seu gabinete de imprensa, não poderá fazer muito mais do que pedir a colaboração da Polícia Municipal, que irá tentar dissuadir os cidadãos em questão de se instalarem naquele local.
A edilidade garante que não poderá ir muito mais além, uma vez que o terreno não é propriedade da Câmara, mas sim da Autoridade Tributária e Aduaneira (Ministério das Finanças). De qualquer das formas, a autarquia diz ter agendada uma reunião com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e a PSP, para a próxima sexta-feira, onde esta questão será também tratada.