Ontem, realizou-se mais uma Feira dos 28, em Aveiro, com as “camisolas da moda” a disputarem a atenção dos visitantes, juntamente com as “cuecas e sutiãs de cetim”, os “sapatos de marca” e os “óculos de sol de primeira”. Um sem número de “convites” ao consumo, onde a luta de preços tem expressão, mas a força do pregão também. Foi mais uma edição da única feira mensal de Aveiro, com clientes, mas onde era notória a falta de feirantes, já que os espaços livres superavam os ocupados.
Uma feira a “meio gás” que desfrutou de um dia soalheiro e, por isso mesmo, “as pessoas até estão a aparecer, mas é pena que tragam carteiras magras. Isto já não é o que era, nem para nós, nem para vocês!”, garantia a voz sábia de uma feirante, com mais de 35 anos de “feiras” por todo o país.
Atrás de uma banca de camisolas interiores, lãs ao quilo, e roupa de bebé, garantiu ao Diário de Aveiro que “esta já foi uma das melhores feiras da região – até se fazia fila para se conseguir uma banca. Agora é isto que se vê”, abrindo os braços ao cenário “despovoado” do Parque de Exposições. Com a antiga quarta classe, defende que a culpa é do Governo, “porque deixou o país chegar a um ponto sem volta. Agora só se salvam os sobreviventes” e inclui, de imediato, todos os feirantes nesse lote.
Pelas bancas apregoavam-se “molhadas” de seis pares de meias a três euros, cachecóis e lenços a um euro e sapatos “de marca nacional” a cinco euros. Preços chamativos em época de crise, que piscam o olho aos clientes, cada vez em menos número e com menos poder de compra.
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