“Há muitos que vivem das câmaras. Por isso é que o país está neste estado miserável”. Mas não Lourenço Peixinho. “O meu avô não viveu da Câmara, mas para a Câmara”. António Peixinho deixou ontem um testemunho curto mas emocionado sobre o seu avô, 24 anos presidente da autarquia.
A Câmara, agora liderada por Élio Maia, quis evocar os 70 anos do falecimento de uma das personalidades mais ilustres da história local. António Peixinho, a viver em Carcavelos, cancelou uma viagem a Itália para estar presente, acompanhado por um bisneto do homenageado.
O neto do antigo autarca, que tinha sete anos à data da sua morte, não podia faltar. “Poucas vezes venho a Aveiro, porque as minhas referências desapareceram, os meus amigos morreram”, disse, sem conter as lágrimas.
“Todas as homenagens são pequenas” para prestar tributo a um “aveirense de mão-cheia”, afirmou Capão Filipe, presidente da Assembleia Municipal. Élio Maia explicou o gesto. “Este é um espaço de memória e de gratidão”, assumiu perante o público que se associou à sessão, na sede da Assembleia Municipal.
“O que somos deve-se ao esforço e às angústias de milhares de aveirenses. Na galeria dos ilustres há um nome que integra o nosso imaginário e que nós valorizamos muito”, continuou.
Coube a Rosa Maria Oliveira recordar a vida e a obra de Lourenço Peixinho, nascido a 2 de Maio de 1877, na actual Rua José Rabumba, no Alboi, e falecido a 7 de Março de 1943.
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