As águas costeiras da região de Aveiro são consideradas de “muito boa qualidade ecológica” durante todo o ano, revelou ontem Jorge Cunha, da SIMRia (Saneamento Integrado dos Municípios da Ria). A empresa, responsável pela recolha, tratamento e destino final dos efluentes gerados na zona de abrangência da Ria de Aveiro, promoveu um estudo para aferir os níveis de poluição gerados pelas descargas no mar provenientes da laguna e do emissário submarino de S. Jacinto, que funciona desde 1999 libertando os efluentes a 3,3 quilómetros da costa.
A investigação foi coordenada por João Serôdio (Universidade de Aveiro) e Ramiro Neves (Instituto Superior Técnico) e apresentada ontem em Aveiro.
Jorge Cunha lembrou que até 1999 as águas residuais produzidas na região eram encaminhadas “sem qualquer tratamento” para a bacia da ria de Aveiro, com “enormes consequências” ao nível da eutrofização (presença excessiva de nutrientes, sobretudo fosfatos e nitratos, originando desenvolvimento excessivo de matéria orgânica) do meio aquático. O Rio Vouga, por exemplo, encontrava-se “excessivamente poluído”, com uma “evidente degradação ambiental do ecossistema”.