O coordenador de investigações que levaram ao processo 'Apito Dourado' ou mais recentemente ao 'Face Oculta', está de saída da Polícia Judiciaria (PJ). Teófilo Santiago reforma-se no final do mês.

O assessor principal de investigação criminal da PJ tem alertado para a necessidade de 'não baixar a guarda' no combate ao crime económico.

Teófilo Santiago, um dos 'históricos' da Polícia Judiciária, vai reformar-se aos 58 anos.

A Ministra da Justiça autorizou a passagem à disponibilidade do actual director do Departamento de Investigação Criminal de Aveiro.

O único crachá de ouro em actividade coordenou algumas das investigações mais mediáticas dos últimos anos, como o 'Apito Dourado'. A experiência em crimes económicos, como os processos 'Aveiro Connection' ou mais recentemente o 'Face Oculta' levaram Teófilo Santiago a defender um grande investimento na PJ para investigar casos 'colarinho branco'. "Tem de se fazer um forte investimento para combater o crime económico porque isso é do interesse nacional. Não é razoável que a justiça se vá desprestigiando porque cada vez mais ouvimos as pessoas, com alguma razão, a dizerem que há uma justiça para os ricos e outra para os pobres. Uma justiça com 'dois andamentos'. Se calhar isso é verdade", disse.

Teófilo Santiago chegou a subdirector do Porto e liderou a Direcção Central de Investigação no Combate à Corrupção e Criminalidade Económico-Financeira. Os anos mais recentes foram de desalento com o rumo da investigação criminal e as implicações dos cortes nos meios ao dispor da PJ.