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01-04-2003

Pedro Paula surge em grande


Oliveira do Bairro

OBSC - Pedro Paula surge em grande na segunda volta Sem lesões, atravesso a melhor fase Manuel Zappa Sem segredos ou falsas aparências, Pedro Paula comentou a intermitência das suas exibições na primeira volta do campeonato e a grande subida de forma que tem patenteado ao longo da segunda, sendo nesta altura um dos melhores jogadores em melhor forma no Oliveira do Bairro. A mudança do seu comportamento exibicional e competitivo deu-se a partir do momento em que as lesões o deixaram de apoquentar. No desporto de alta competição, as lesões fazem parte integrante da vida de qualquer jogador. Umas com maior gravidade do que outras em muitos jogadores deixam marcas. Pedro Paula tem acusado, nas duas últimas épocas, problemas musculares, sempre na pré-época. Na época de 99/2000, na Académica, clube ao qual está ligado com mais dois anos de contrato, o médio depositava grande confiança numa boa época e no treinador da altura, Carlos Garcia, depois da excelente campanha que realizou ao serviço do Anadia.Na época passada, durante um jogo da pré-época diante do Rio Ave, Pedro Paula fracturou o perónio da perna direita e, quando recuperou, foi quando se deu a saída de Hassan (um velho treinador conhecido do Anadia) e a entrada de João Alves. O novo técnico pretendeu reduzir o plantel e, como não conhecia o jogador, verificou-se a dispensa lógica, sendo cedido até ao final da época ao União de Coimbra. No defeso surgiu a oportunidade de representar o Oliveira do Bairro, esperançado de que as lesões tivessem acabado. Pedro Paula não tem explicação para que esse tormento das lesões musculares o acompanhe no início de cada época. Bairrada Desportiva não quis, naturalmente, deixar passar em claro esta oportunidade de conversar com um dos esteios do clube bairradino. CONFIANÇA PARA RENDER Questionado se é ou não atreito a lesões, Pedro Paula com a sua humildade afiança que “talvez faça das lesões um drama maior do que realmente acontece”. De tal modo que não tem dúvidas de que “um dos grandes problemas para não me impor a cem por cento foram as lesões musculares. Tenho que ser um jogador confiante para render”, acrescentando que “de início, não foi difícil integrar-me no meu novo clube, dado que o grupo de trabalho foi a melhor coisa que encontrei até hoje. No Anadia, tive um director (Carlos Coelho) com nas mesmas características do Hélder Barros e conto com um treinador que me tem dado todas as oportunidades, mais ainda quando no início da época não me conhecia bem, aliás como sucedeu com outros novos jogadores. Tudo isto tem contribuído para a minha excelente integração no Oliveira do Bairro, onde me sinto bem”. Com lesões ou sem elas, Pedro Paula está encantado com a experiência e também com o seu momento de forma: “Independentemente de tudo, a época está a correr-me bem. Estou a atravessar a minha melhor fase e a tendência é para continuar a melhorar, depois de ultrapassada a fase menos boa de início de época pelos motivos já expostos. Tenho confiança que o melhor ainda está para vir, quer em termos físicos quer em técnicos, dado que o futebol é uma aprendizagem do dia a dia”. Face às contigências em que o futebol é fértil, Gabriel Mendes já testou Pedro Paula a defesa direito e esquerdo e todas as posições a meio campo, situação que se verificou ao longo da primeira volta. Condicionado?: “Acho que não. Sempre me mostrei disponível para jogar onde o mister entendia que podia render mais. Quando joguei a defesa esquerdo, fiquei surpreendido com o meu próprio rendimento. De início, a ideia que tinha é que não era capaz de fazer o lugar, mas, volvidos 5/6 jogos, já estava habituado ao lugar, ao contrário de defesa direito, dado que já possuía alguma rotina dos tempos da Académica”. Contas feitas, a verdadeira posição que Pedro Paula mais gosta de jogar é a de médio centro, ressalvando que cabe sempre ao treinador decidir para bem do interesse da equipa, contudo, não é surpresa para ninguém que a sua subida de forma se deu naquela posição do terreno: “Penso que também se verificou a partir do momento em que as lesões acabaram. Se calhar, também terá a ver, mas poderia estar aqui a falar e a jogar a defesa esquerdo e as coisas estarem a correr-me bem, com o devido respeito pelo Vitinha e pelo Pazito II, que fazem o lugar melhor que eu”. Nesta segunda volta, Pedro Paula foi nomeado várias vezes o Melhor Falcão, ou seja, o melhor em campo. Instado a pronunciar-se o que sente um jogador nestes momentos, o jovem, de 24 anos, que está no quarto ano de Engenharia Mecânica, opinou que “é sinal que as pessoas e os analistas reconhecem o nosso trabalho. Todavia, o mais importante para mim é que o futebol é um trabalho de equipa e não há ninguém sozinho que resolva os jogos. É óbvio que fico contente, mas mais ficaria se fosse a equipa sempre a ganhar e eu ajudar”. Com a permanência assegurada, Pedro Paula tem como meta ajudar ainda mais a equipa a subir na tabela. Depois: “Tenho mais dois anos de contrato com a Académica. Terão que ser os dirigentes deste clube a decidir sobre o meu futuro, mas sempre de acordo com aquilo que será melhor para mim. Sinto-me extremanente contente com tudo o que se tem passado no Oliveira do Bairro. Sobre o futuro o tempo o dirá”. PEDRO PAULA À LUPA Nome: Pedro Alexandre Alves Gomes de Paula. Natural: Coimbra. Data de nascimento: 11/11/77. Estudos: Encontra-se no quarto ano de Engenharia Mecânica, na Universidade de Coimbra. Clubes: S. Silvestre, Académica, Anadia, União de Coimbra e Oliveira do Bairro. Clube: Benfica. Ídolo: Fernando Redondo. Quem o influenciou: O meu pai, José Paula. Melhor treinador: Hassan. A maior alegria: O facto de ter representado o plantel da Académica. Era um sonho de criança. O pior momento: A lesão no perónio, na época de 2000/2001. Objectivos: Encarar cada dia com o sentimento que posso melhorar o meu rendimento.

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