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01-04-2003

Ucranianos negam extorsão e devolvem acusação a lituano


Anadia

Anadia Ucranianos negam extorsão e devolvem acusação a lituano Um dos imigrantes ucranianos em julgamento no Tribunal de Anadia pela alegada co-autoria do crime de extorsão, negou a acusação devolvendo-a ao cidadão lituano que o acusara. Segundo o arguido ucraniano, o lituano ter-lhe-ia exigido dinheiro em troca de um emprego nunca obtido. «Estou detido preventivamente há oito meses por crimes que não cometi. Sou vítima de calúnias por parte de quem me cobrou 300 dólares para me arranjar emprego e não o fez«, afirmou Petro N., o primeiro dos sete arguidos ucranianos a ser ouvido no âmbito deste caso de alegadas práticas mafiosas. Apoiado em acusações dos alegadamente lesados e em investigações da Polícia Judiciária (PJ), o Ministério Público acusa os arguidos de terem invadido na madrugada 29 de Agosto de 2001 o quarto do casal lituano Ingas K. e Daiva G., numa residência utilizada apenas por imigrantes de Leste, com o propósito de lhe extorquir 750 dólares, cerca de 800 euros. Os sete ucranianos, dos quais seis estão em prisão preventiva, terão dito na altura que o dinheiro se destinava a ajudar compatriotas a abandonar a fronteira franco-espanhola, onde estariam retidos, sublinha a acusação. Ainda segundo o Ministério Público, os ucranianos reagiram com ameaças de represálias à recusa do casal lituano em fornecer o dinheiro exigido e terão mesmo obrigado a mulher à prática de sexo oral com um dos arguidos. Com agressões a murro e sob a ameaça de armas brancas, obrigaram depois Ingas K. a obter 150 euros (30 contos), dinheiro que seria levantado numa caixa multibanco, após uma série de peripécias, sustenta o Ministério Público. No seu depoimento, traduzido por uma cidadã russa radicada há sete anos em Portugal, Petro N. disse que foi detido pela PJ dois dias depois de chegar a Portugal e negou que tivesse entrado no quarto de Ingas K. e da sua companheira, ao contrário do que sustenta a acusação. Na resposta às perguntas do juiz presidente, fez passar a imagem de que estava alheado das acusação do Ministério Público. O único pormenor que disse conhecer era uma alegada ligação da companheira de Ingas K. à prostituição. Ingas e Daiva G. estão agora em Inglaterra e não serão chamados a depor, sendo validadas «declarações para memória futura« que prestaram antes de abandonar o país, disse à agência Lusa Conceição Seixas, advogada de defesa. Vitali S., e Volodymrt B., outros arguidos ouvidos hoje, mantiveram uma postura similar à de Petro N., embora caíssem em algumas contradições. O julgamento prossegue quarta-feira. Lusa (6 Abr / 23:50)

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