A recuperação da SAD do Beira-Mar passa pelo perdão de 80% da dívida do clube, que reclama créditos de 3,1 milhões de euros, segundo o plano de recuperação apresentado aos credores, no âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER).

O plano, a que a agência Lusa teve acesso, estabelece o pagamento de cerca de 621 mil euros ao Beira-Mar em prestações trimestrais ao longo de 25 anos, com três anos de carência, e o perdão dos juros.

Estas condições mantêm-se mesmo que os créditos do Beira-Mar, que foram classificados como subordinados (só podem ser satisfeitos depois de integralmente pagos os restantes), venham a ser reconhecidos como comuns, como é pretensão do clube.

Quanto aos credores comuns, onde se incluem vários clubes (Nantes, Leixões, Alverca, Candal e Padroense), ex-dirigentes do Beira-Mar e inúmeras empresas prestadoras de serviços, o plano prevê o perdão de 70% dos créditos, com perdão total dos juros.

Estes créditos serão pagos ao longo de 12 anos, sendo que os dois primeiros anos são de carência. A ser aceite o plano, a SAD, que tem como maior acionista o empresário italiano Omar Scafuro, propõe-se também pagar 100% dos créditos reconhecidos aos trabalhadores, no prazo máximo de cinco anos, com perdão dos juros.

O plano consagra ainda o pagamento integral dos créditos às Finanças e Segurança Social, que no total reclamam mais de 700 mil euros, em 150 prestações mensais, com um juro de 3,5%. No documento, o administrador judicial provisório defende que a aprovação do plano é “o melhor cenário para a conciliação dos interesses dos credores e a manutenção dos postos de trabalho”.

Cerca de 115 credores reclamam em tribunal cerca de 4,6 milhões de euros à SAD do Beira-Mar.