O debate público promovido pelo Partido Socialista (PS) sobre as soluções para travar a erosão costeira não foi conclusivo. Ficou claro que a complexidade da temática não permite apontar soluções definitivas. A certeza é que a protecção da Costa "deve ser um desígnio nacional com alocação constante dos recursos financeiros".

Sérgio Lopes, da Concelhia do PS, considera que é importante envolver os cidadãos neste tipo de debate. "As pessoas não foram 'chamadas' ao debate. Assim, não estão informadas, não acreditam que a costa desaparecerá, a informação disponível é de difícil percepção e não confiam na capacidade das instituições públicas para resolverem este problema. Há entidades a mais na gestão do litoral", disse.

Pedro Tavares, do Bloco de Esquerda (BE), considera que é importante que as soluções apontadas tenham em conta as consequências não apenas para o local da intervenção mas para outros locais próximos. "As pessoas pensam muito no seu 'quintal' e não pensam no dos outros. Isso é normal em Portugal. O problema dos esporões é esse. Por muito eficaz que seja, resolve o problema aqui mas, a sul, criará problemas. A recarga de areia não é solução. Tem de se arranjar maneira de consolidar a duna, em definitivo. No nosso litoral construiu-se em cima das dunas quando só se deveria poder construir a uma distancia de 500 metros", referiu.

Hugo Rocha, do CDS-PP, acredita que será possível manter as intervenções em defesa da orla costeira. "A recarga de areias não é solução. Há exemplos de diques e recifes submersos que resolveram problemas noutros pontos do planeta. Não se pode desocupar a linha de costa. O povo sempre esteve ligado a estas áreas, desenvolveu a sua economia e não os podemos enviar para a serra", vincou no programa de debate político “Discurso Directo”, na Terra Nova.