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01-04-2003

Comercialização de carne é aposta para evitar extinção de gado marinhão


Aveiro

Aveiro Comercialização de carne é aposta para evitar extinção de gado marinhão O gado marinhão, uma raça autóctone que se desenvolve essencialmente na região de Aveiro, corre riscos de extinção, situação que os criadores querem inverter incrementando a comercialização da «Carne Marinhoa« com Denominação de Origem Protegida. Em declarações à agência Lusa, o director-técnico da Associação de Criadores de Bovinos da Raça Marinhoa (ACBRM), José Vaz, disse que actualmente existem cerca de três mil animais, dos quais mais de metade são fêmeas. Este número, segundo José Vaz, sofreu uma forte diminuição no ano passado, devido ao abate dos animais com idade superior a 30 meses, imposto pelo Ministério da Agricultura. «Foi uma devastação«, considerou este responsável, afirmando não possuir dados relativamente ao número de animais que foram abatidos. Na opinião do director-técnico da ACBRM, sem a Associação, que este ano assinala uma década de existência, a raça marinhoa já não existia. José Vaz sublinhou, contudo, que a certificação da carne com a Denominação de Origem Protegida e a sua entrada no mercado, em Dezembro de 2000, constituiu um aliciante para os criadores e criou «melhores perspectivas«. «Existem actualmente mais criadores«, disse este responsável, adiantando que a Associação já foi solicitada para enviar animais para pessoas que querem criar novas explorações fora da área geográfica da raça. Actualmente, a «Carne Marinhoa« encontra-se à venda em quatro talhos e cinco restaurantes nas zonas de Aveiro e Cantanhede. Segundo José Vaz, a Associação já fez contactos com grandes superfícies no sentido de venderem o produto, mas não chegaram a acordo. Desde o início da comercialização, segundo dados da Associação, foram vendidos 22.500 quilos de carne. A raça bovina marinhoa desenvolve-se predominantemente na região ribeirinha dos campos do Baixo Vouga Lagunar, como a Murtosa, Estarreja, Aveiro e Albergaria-A-Velha. Este bovino é alimentado à base de produtos naturais e, por isso, demora mais tempo a atingir as performances de abate. Lusa (16 Mai / 15:21)

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