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01-04-2003

Jantar quinhentista com ar modernista


Águeda

Trofa (Águeda) Jantar quinhentista com ar modernista Pedro Fontes da Costa Alunos e professores do Instituto Duarte Lemos, da Trofa do Vouga, recriaram, no último sábado, dia 22, à noite, no jardim do Museu Etnográfico do Vouga, em Mourisca do Vouga, um jantar quinhentista, que juntou à mesa mais de 60 figurantes, devidamente, trajados à época, excepto os políticos que compareceram de fato e gravata. Graciete Castanheira, professora do Instituto e uma das responsáveis pela iniciativa, reconheceu a qualidade que o jantar teve, mas ressalvando “que nem tudo correu a primor nesta recriação de um período alto de Portugal” À procura das diferenças Malabaristas, saltimbancos e os cuspidores de fogo, num cenário preparado pelos alunos da disciplina de Educação Visual e Tecnológica, iniciaram o jantar. Os professores eram os cortesãos, os directores do Instituto encarnaram as personagens de D. João III e de D. Catarina, enquanto que os restantes alunos dramatizaram peças teatrais alusivas à época e declamaram poesias trovadorescas. Era impossível resistir à tentação de apreciar todo o cenário, a animação e os sons renascentistas alusivos aos descobrimentos. Mas mais do que apreciar, era deveras interessante descobrir aquilo que não fazia parte da época, garfos do século XX, espalhados pelo meio da mesa, umas travessas em alumínio decoradas com rodelas de ananás e cerejas, e alguns pratos de louça tradicional fugiam completamente ao rigor que Graciete Castanheira tentou impor ao longo da noite. “Estamos inseridos numa zona onde é muito difícil passar uma mensagem histórica, começando pela música que não era apreciada devidamente. Reconheço que tivemos muitas dificuldades em arranjar alguns utensílios utilizados na época«, justificando que “não arranjamos peças de louça da Companhia das Índias e garfos de dois dentes, e muito poucos cutelos”. É que “fomos obrigados a recuar um bocado no tempo - idade média - e os pratos foram substituídos por fatias de pão. Os menos inseridos na iniciativa não quiseram comer à mão e muito menos limpá-las a um pano”, reforça a responsável pelo jantar, acrescentando que “agora vai ser necessário fazer um balanço para sabermos se vale a pena repetir”. O jantar quinhentista, com um ar modernista, terminou com uma interpretação do Alto da Barca do Inferno de Gil Vicente. (26 Jun / 8:59)

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