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23-12-2014

“Já lá vai o tempo em que o espumante dependia dos últimos 4 meses do ano” - Alexandrino Amorim.


Os produtores da Bairrada confessam que o espumante já não é apenas produto de época festiva. Com as vendas a subir na época do ...

Os produtores da Bairrada confessam que o espumante já não é apenas produto de época festiva. Com as vendas a subir na época do Natal e do Ano Novo, Alexandrino Amorim, Caves São Domingos, explica que uma parte do trabalho é adiantada depois do Verão. Nota que as épocas altas não são tão altas mas o resto do ano regista crescimento regular.

“É claro que o negócio mexe sempre um bocadinho nesta altura. Já lá vai o tempo em que dependia dos últimos 4 meses do ano. Temos que trabalhar o ano inteiro. Não podíamos estar dependentes de um negócio sazonal. Tem recebido notas positivas da parte do consumidor. Há cada vez maior consumo de espumante fora de épocas festivas, de aniversários e casamentos. O espumante acompanha refeições e é consumido fora delas. Há uma democratização do espumante”.

Com o consumo distribuído ao longo do ano, a pressão sobre os produtores já não é tão elevada como no passado em épocas altas. “Há 20 anos as coisas funcionavam de outra forma. Agora estamos a adaptar-nos aos tempos. As encomendas sucedem-se. Não é ao ritmo de antigamente mas conseguimos equilibrar um grande volume para dissipar o volume de negócios pelo ano todo”.

O sucesso do espumante está também alicerçado no aumento da oferta. Os produtores não têm medo da concorrência e dizem que essa oferta mais variada dá ao consumidor a certeza do produto que está a comprar na Bairrada.

“O espumante necessita de umas características importantes para ter alguma longevidade na garrafa. Ao fim de quatro ou cinco anos atinge o limite máximo. Nas outras regiões não têm esse tipo de resistência. Há desgaste rápido. O espumante perde nobreza e efervescência e essa é a grande dificuldade que as outras regiões têm. É também a nossa mola. As caves que optam pelo método clássico de fermentação em garrafa têm aí a grande vontade da Bairrada em ter grandes espumantes e futuro promissor pela frente”.


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