Considerando que ser escuteiro é também “uma forma de vida”, José Carlos Santos não tem dúvidas de que os jovens encontram nos métodos escutistas “muitas das respostas que não encontram em mais lado nenhum”, sendo de opinião que esta constatação, por si só, já é muito gratificante.

Diário de Aveiro: O que é para si o Escutismo?
José Carlos Santos: O Escutismo é um movimento de juventude que congrega em seu torno cerca de 26 milhões de escuteiros pelo mundo fora, sendo que, a nível nacional, somos cerca de 74.000 e a nível regional 3.200. O conceito fundamental do movimento escutista continua absolutamente actual depois de mais de cem anos desde que Baden Powell fez o primeiro acampamento em Brown Sea. Os jovens continuam a encontrar na proposta pedagógica e na chamada “maravilha” do método muitas das respostas que não encontram em mais lado nenhum. Mas ser escuteiro é, foi e sempre será um desafio, eu diria quase uma for­ma de vida. Costumo dizer que não é difícil ser-se escuteiro nas nossas unidades, nos nossos agrupamentos, enfim quan­do estamos em família; complicado, por vezes, é quan­do saímos da nossa zona de conforto e precisamos de dar testemunho do que somos, dos nossos valores, dos nossos princípios, da nossa lei, nos ambientes que por vezes lhe são hostis, isso sim é por vezes muito complicado. Mas di­go-lhe uma coisa, ser escuteiro é a experiência de uma vida que nos traz compensações absolutamente impagáveis, que não se contam, que se vivem, e que por vezes são difíceis de transmitir a quem “não gasta da loja”, seja num cerimonial cheio de emoções e de sentires, seja no cimo de um monte em torno de um fogueira em que o ser verdadeiro de cada um de nós vem ao de cima. O es­cutismo é desde logo uma missão de serviço aos mais jovens.