Lembram-se de Ruslan e Roman? O Diário de Aveiro foi encontrá-los, há precisamente um ano, numa piscina de Ílhavo, enquanto passavam férias de Verão na região. São “meninos de Chernobyl”, crianças que vivem em zonas próximas da central nuclear tristemente conhecida pelo acidente de 1986 – um reactor teve problemas técnicos e libertou uma radiação duzentas vezes superior às bombas atómicas de Hiroshima e Nagasáqui. Ruslan e Roman, estão de volta ao nosso país, juntamente com mais 32 crianças da Ucrânia, ao abrigo do projecto “Verão Azul”, que tenta melhorar a saúde destes meninos e meninas (estima-se que mais de 500 mil pessoas possam continuar a ver a sua saúde afectada nas próximas gerações), através da praia e do sol do nosso país.
Ruslan e Roman estão mais crescidos – já têm 12 e 9 anos de idade – e Ruslan até já consegue dizer várias palavras em português. Roman continua tímido, demasiado tímido para conversar, seja em que língua for. Fomos encontrá-los na casa de “Margo”, a cidadã ilhavense que se prontificou para receber estas duas “crianças de Chernobyl” no seu lar e que continua a optar por manter o anonimato, por considerar que “quem ajuda alguém, não deve evidenciar-se por isso” - vamos, então, continuar a apresentá-la como “Margo”, o nome como é tratada por Ruslan e Roman.
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