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NOTÍCIAS |  | | 01-04-2003
| Paulo Portas promete dar luta
| | Aveiro |
| | CDS/PP-´Rentrée´
Paulo Portas promete dar luta contra greve geral
Na intervenção que abriu a temporada política do CDS/PP, Paulo Portas acusou o PS de ter deixado o país «com os cofres vazios, as contas erradas, sem autoridade na escola e sem controlo da imigração«, apontando «o culpado« por esta situação.
«Chama-se António Guterres (ex-primeiro-ministro socialista) e está calado, mas quem está a ser irresponsável é Ferro Rodrigues: tem culpa no cartório e nem sequer pede desculpa aos portugueses«, criticou o líder popular, apontando ainda o dedo aos ex-governantes socialistas pela situação em que deixaram as finanças públicas.
Portas fez por diversas vezes o contraponto entre o que foi a governação socialista e o que é agora a actuação do governo de coligação PSD/PP, frisando que o actual executivo «decide, reforma e diz verdades«, enquanto que o anterior «passava a vida a falar e a adiar para amanhã o conhecimento de uma verdade«.
O líder do CDS/PP fazia assim uma referência implícita à recente polémica em torno dos valores da execução orçamental de 2001, que o governo acusa o PS de ter manipulado, acusação que lhe é devolvida pelos socialistas.
O líder do CDS/PP acusou «as esquerdas« de quererem «massacrar o país com greves« e inundar «as televisões com manifestações« e defendeu que o pais «precisa de trabalho« e que «não vai a lado nenhum com greves«.
A haver greves, garantiu, o governo lutará «democraticamente«, no Parlamento ou na rua, indo a todas «as praças de Portugal« e responderá «com trabalho geral«, tal como aconteceu durante o governo de coligação de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, «em que o povo reagiu trabalhando«.
Paulo Portas apelou à austeridade nas finanças públicas, afirmando que Portugal não tem «recursos para desperdiçar«, e defendeu com veemência a revisão da lei de bases da Segurança Social, voltando, sobre este assunto, a apontar o dedo a Ferro Rodrigues.
«O jovem é o dono do seu esforço e do seu trabalho e ele é que sabe onde há-de aplicar as suas poupanças, não é o líder socialista, nem nenhum sindicalista«, disse o líder popular, sublinhando que a nova lei da Segurança Social é «tão justa« para os jovens como para os idosos.
Os ataques ao líder socialista não se ficaram por aqui.
«O doutor Ferro Rodrigues«, prosseguiu Portas, «sabe que o maior aumento de pensões no tempo socialista foi imposto pelo CDS e sabe também que a nova lei (de Segurança Social) vai permitir a convergência de pensões«.
Ferro Rodrigues, antes, no seu discurso da «rentrée«, em Resende, Viseu, tinha criticado fortemente o governo, nomeadamente a revisão da lei de bases da segurança social e as leis laborais.
Em outra referência ao que disse serem as diferenças entre PS e PSD/CDS-PP, o ministro da Defesa lembrou que, enquanto os socialistas «viveram em tempo de vacas gordas e gastaram o dinheiro«, o governo de coligação «vive em tempo de vacas magras e mesmo assim vai gastar o dinheiro com os mais pobres«.
Referindo-se às críticas do líder socialista sobre o fim do crédito bonificado, Paulo Portas contra-atacou e lembrou ter sido Ferro Rodrigues, enquanto ministro da Solidariedade, a «alterar as regras do crédito a meio dos contratos«.
Portas voltou a defender a autoridade para os professores, o respeito pelo Estado, a autoridade dos polícias, o controlo da imigração e a produtividade e competitividade da economia.
Sobre a coligação de governo, Portas disse que ela está «unida« e que é «um projecto para durar várias eleições« e voltou a assegurar que o CDS/PP está ao lado do governo em todas as reformas que este quer introduzir.
Lusa
(25 Ago / 9:14)
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