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16-09-2015

VITI: Limitação de espaço é a maior dor de cabeça num tipo de ensino cada vez mais procurado



Entrevista a Adriano Aires, diretor da Escola Profissional de Anadia, a propósito do início do novo ano letivo.

Qual o projeto educativo da VITI para 2015/16?
O nosso projeto educativo assenta num aspeto fundamental: encontrar a sustentabilidade para os jovens – no aspeto económico, social, humano e de cidadania – numa articulação perfeita com a sociedade e com o tecido económico. O aluno está no centro das nossas atenções.

O ensino profissional é hoje mais procurado pelos alunos, deixando de ser visto como um tipo de ensino menos exigente, um ensino menor?
O ensino profissional já não é um ensino estigmatizado. Hoje, um aluno com um curso profissional tem mais empregabilidade do que um licenciado. Há mais desemprego ao nível da formação superior do que da formação intermédia.
Este ensino tem apenas 24 anos e tem crescido, em termos de infraestruturas, equipamentos e qualidade.
Por outro lado, sabemos que há muitos alunos que procuram este ensino em busca do subsídio. Só quem está no sistema se apercebe da miséria social. Às vezes o dinheiro que o aluno recebe do subsídio vai servir para pagar a água, a luz e o gás da casa. Falamos de cerca de 90 euros por mês.

Como qualifica este ensino?
É uma das peças importantes da construção da sociedade. Por outro lado, são normalmente estruturas pequenas onde os problemas são mais individualizados, os casos podem ser melhor acompanhados. É possível fazer planos individuais de trabalho.

Quantos alunos terá a VITI no novo ano que agora começa? Distribuídos por quantas turmas?
Vamos arrancar com 340 alunos, distribuídos por 13 turmas.

Qual o curso mais procurado?
Os cursos ligados à restauração são os mais procurados, quer por alunos quer pelo tecido empresarial.

Qual o curso com menos adesão e quais as razões?
O curso de Viticultura e Enologia é o menos procurado: por ser da área agrícola; por ser um curso em que a formação em contexto de trabalho é feita na produção; por ser muito difícil – química, física, química analítica, matemática, biologia, apesar de ser o curso com maior abrangência para prossecução de estudos.

Há mercado de trabalho para os formandos que acabam os cursos? Qual a vossa taxa de empregabilidade?
A nossa taxa de empregabilidade está no ranking mais elevado do país. No final da formação, cerca de 50% dos nossos alunos têm emprego. Depois, 25% seguem para o ensino superior.
Que avaliação faz do corpo docente da escola?
É um corpo docente jovem, com 25 docentes, motivado e estável. Somos muito conservadores ao nível dos cursos e das pessoas. Cada vez somos mais procurados por professores com elevadas graduações.

Qual é o ponto fraco e o forte da VITI?
O fraco, claramente a falta de espaço para instalações. Era espectável que pudéssemos crescer e não podemos por falta de espaço. É público que fizemos diligências no sentido de virmos a ocupar o Ciclo, que vai ficar desocupado.
Os pontos fortes são a relação do professor com o aluno e com os pais do aluno e a relação com a sociedade.
Catarina Cerca


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