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17-12-2015

Livros: “Sangalhos de Ontem e de Hoje, a monografia que faltava



“Esta obra vem dar um excelente contributo para a construção de um futuro risonho para a freguesia e para as suas gentes. Benício Miguéis ama a sua terra e acaba de dar uma eloquente prova desse amor. Merece a nossa gratidão.” Foi desta forma que o investigador e historiador sangalhense, Luís Seabra Lopes (a quem coube a apresentação da obra) se referiu à monografia “Sangalhos de Ontem e de Hoje” e ao seu autor, o igualmente sangallhense Benício Miguéis.
A apresentação e lançamento desta monografia teve lugar no sábado, dia 12, no auditório da Junta de Freguesia de Sangalhos que se encheu de amigos e conterrâneos do autor.
Na ocasião, Luís Seabra Lopes falou das origens bastante remotas da vida de Sangalhos (séculos IX). Os presentes ficaram a saber que a referência mais antiga a Sangalios é do ano de 957 e que Sangalhos é uma vila cuja “história tem vindo a ser objeto de vários estudos e monografias desde o início do século XX”, referindo-se mais concretamente ao sangalhense Joaquim da Silveira, amante dos temas históricos e prestigiado a nível nacional sobretudo como toponimista; e de Bento Lopes, outro sangalhense, que em 1978 incluiu algumas páginas sobre Sangalhos num estudo etnográfico sobre a Bairrada e numa monografia, publicada dois anos depois, sobre o concelho de Anadia. Falou ainda dos inúmeros escritos do pároco Padre Miguel Ferreira que “publicou na sua folha dominical, entre 1984 e 1988 uma sequência de pequenos e despretensiosos estudos” sobre a história da freguesia, recorrendo sobretudo aos registos paroquiais, mas também a Luís Malheiro que, em 1997, publicou os resultados de pesquisas arqueológicas por si realizadas em Sangalhos.
O próprio Luís Seabra Lopes tem sido um estudioso sobre a freguesia, responsável por várias investigações e estudos. Nas últimas décadas as suas investigações sobre a freguesia deram origem à publicação: “A longa história de Sangalhos: uma síntese documentada”, publicada em 2011.
Sobre o autor Benício Miguéis diria ter-se debruçado sobre a história mais recente, do século XX. “Tem vindo a acumular ao longo dos anos jornais publicados em Sangalhos e recortes de jornais relativos a Sangalhos, entre outro material”.
Um livro com 510 páginas e mais de 300 fotografias que obrigou à consulta de diversas fontes. “Estamos perante o trabalho de um memorialista”, disse, avançando que nesta obra Benício Miguéis “teceu a sua narrativa partindo da sua própria vivência e das suas próprias memórias. Complementou depois essas memórias com recurso a notícias contemporâneas encontradas principalmente nos jornais e recortes que foi colecionando metodicamente ao longo de décadas”.
São 25 capítulos onde o autor fala de tudo um pouco: um resumo sobre o meio físico e as origens de Sangalhos; os órgãos autárquicos e os seus protagonistas; a Igreja Matriz, as capelas e os padres; atividades económicas; vias de comunicação, infraestruturas públicas, ensino primário e secundário, instituições de saúde e assistência social, etnografia, vida cultural e artística; desporto e associativismo; pessoas notáveis; casas e quintas com interesse. Pelo meio aparecem incontornáveis detalhes, curiosidades e pequenas estórias.
Um livro com o qual se aprende que “a primeira metade do século XX foi, tudo o indica, um ponto alto na história da freguesia, fruto talvez da construção do caminho-de-ferro, da criação da cadeira de ensino primário na freguesia, desenvolvimento do comércio e da indústria, dos setores das duas rodas e dos vinhos, do desenvolvimento social, cultural e desportivo (Teatro Paraíso, Éden Teatro, Santa Casa de Misericórdia de Sangalhos, Colégio Nacional, Sangalhos DC”.
Na ocasião António Floro, presidente da Junta de Freguesia local, destacou a importância da obra que “nasce de um sonho” e foi “concretizado pelo engenho e arte do nosso muito estimado Benício Miguéis”, autor de “um livro que é um suporte importantíssimo de conhecimento que se partilha e se dá ao mundo para os nossos filhos e os filhos deles.”
Um dia “que fica para a história da nossa freguesia”, referiu o autarca.
Parco em palavras, o autor agradeceu à Junta de Freguesia, na pessoa de António Floro e a Luís Seabra Lopes, assim como a Armor Pires Motas (amigo de longa data, que ajudou a corrigir o livro).
Catarina Cerca


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