É o atual presidente da Concelhia do PSD Anadia, recandidata-se ao cargo no ato eleitoral de 5 de março. Henrique Fidalgo é natural de Vilarinho do Bairro, tem 31 anos e é licenciado em Gestão.
Atualmente, é o diretor comercial da GlobalWines-Enoturimo.
A JB fala do seu projeto e faz uma radiografia ao PSD, em Anadia, mas também pesadas acusações aos seus “opositores” internos.
Quais os motivos que o levam a concorrer a mais um mandato à frente da Concelhia do PSD Anadia?
Assumi a liderança do partido em Anadia num cenário difícil, após uma dolorosa derrota nas eleições autárquicas. Era urgente dar uma nova dinâmica ao partido dando resposta a todos os anadienses que votaram no projeto do PSD. Fui o único a ter a coragem necessária para avançar. O projeto que representei há dois anos não está terminado. Tenho sentido o apoio dos militantes, simpatizantes e da sociedade civil, pelo que entendi ver reunidas todas as condições para continuar a liderar a concelhia do PSD.
Qual o seu projeto para a Concelhia e para Anadia?
O projeto que me proponho realizar tem por base a preparação das eleições autárquicas de 2017, que é o nosso grande objetivo. As pessoas que me acompanham são os muitos militantes que compõem a realidade do PSD em Anadia. Os reais proprietários do PSD Anadia são os militantes, e serão eles que darão voz ao futuro do partido.
Que avaliação faz deste seu mandato que agora termina?
Foram dois anos intensos e dedicados a defender as questões públicas com afinco. Estamos na liderança de uma oposição em nome de muitos anadienses. Recordo que Anadia nunca teve uma oposição assertiva, estruturada e responsável. Tem-na agora pela mão do PSD. Se preferíamos estar a governar? Claro que sim. Mas também sabemos governar em oposição, e isso é uma virtude.
Nestas eleições, para além da sua recandidatura à liderança, já é conhecida a existência de um adversário (Jorge São José). Como interpreta esta situação?
Quando existem várias listas candidatas a uma estrutura partidária, é sinal de vivacidade. No entanto, coloco algumas dúvidas nas intenções do meu adversário, que não demonstrou disponibilidade para assumir a concelhia em 2014, e que se refugiou de uma forma politicamente cobarde em argumentos profissionais e familiares. Ficou evidente desde cedo a postura do meu adversário, que usa as suas responsabilidades enquanto vereador para traçar uma estratégia própria de completa colagem à Presidente da Câmara. Quer mostrar-se agora a pensar nas Autárquicas de 2017, aparentemente à espera de um qualquer “tacho” político.
É um facto incontornável que o PSD Anadia está dividido. Que análise faz desta divisão interna?
Qualquer partido político democrático que se preze tem pessoas com pensamentos distintos e isto só o valoriza. Neste caso só não é tão positivo, porque na base das divergências está a tentativa desesperada de obter cargos políticos autárquicos e outros. É minha obrigação defender o partido acima daqueles que procuram protagonismos. Os “divisionistas” pediam desesperadamente um plenário de militantes, ele aconteceu. Por mais teorias que haja, a verdade é só uma: se o PSD tivesse ganho as eleições autárquicas em 2013, nada disto teria acontecido.
Por que razão estas divergências ainda não foram sanadas? Quem “alimenta” esta divisão e com que objetivos?
Tenho a minha consciência tranquila pois, enquanto presidente da concelhia, tudo fiz para unir o partido. Estas divergências são alimentadas por todos aqueles que desejam um “tacho” no executivo camarário, e como não dá para todos, há sempre um núcleo que se apresenta “chateado”. Grande parte dos elementos que agora se apresentam como alternativa, um dia traíram Litério Marques, e “no dia seguinte” traíram José Manuel Ribeiro.
A divisão existente na bancada do PSD com assento na Assembleia Municipal há muito que é notada. A sua liderança está “enfraquecida”?
A bancada do PSD faz aquilo que foi definido no início do mandato autárquico – oposição crítica e construtiva. O problema é que há elementos na bancada que não estão dispostos a ser oposição. Digamos que “não dá jeito” para o caso de quererem um qualquer lugar político. Não acho que a minha liderança esteja enfraquecida, até porque desde cedo foi dada liberdade de voto a todos os deputados municipais. Mas é curioso que o projeto que hoje defendemos na Assembleia Municipal foi também construído por aqueles que agora se afirmam como meus adversários políticos. Na gíria do povo, são uns “vira-casacas”.
O seu objetivo ao ser reeleito na estrutura partidária passa por poder vir a disputar a presidência da Câmara Municipal?
Não é esse o objetivo, nem é isso que me move na política. A Comissão Política do PSD Anadia, a seu tempo, irá definir um perfil e colocará em cima da mesa os nomes que entende que terão a melhor capacidade para representar o PSD e ganhar as eleições.
Acha que a “família” social-democrata em Anadia poderá voltar a unir-se e recuperar o poder na Câmara Municipal?
Os sociais-democratas anadienses estão unidos, pelo que não temos dúvidas que iremos recuperar a câmara em 2017. Soubemos ser humildes e aprender com a derrota, e hoje, definitivamente, estamos mais fortes.
Se perder as eleições no partido, qual será o seu futuro e daqueles que o apoiam?
Não acredito que vamos perder. Não dependemos da política. Quanto aos meus adversários já não é bem assim. Entre interesseiros políticos, oportunistas políticos e “profissionalecos” políticos, está lá tudo!
Catarina Cerca
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